As transações correntes registraram déficit de US$3,5 bilhões em maio, ante superávit de US$2,5 bilhões no mesmo mês do ano passado. A expectativa do mercado era déficit de 2,0 bilhões. Em doze meses, o déficit em transações correntes somou US$32,9 bilhões (1,89% do PIB).
Na comparação interanual, a mudança de superávit para déficit na conta corrente decorre da combinação de um menor superávit na balança comercial e maiores déficits nos serviços e na renda primária. Apesar do aumento nas exportações, as importações cresceram com maior intensidade, além disso, com a retomada econômica, as contas de serviços e rendas vieram mais deficitárias, diante da maior remessa de lucros para o exterior e com o aumento das viagens internacionais, que vem apresentando recuperação nos últimos meses.
Em maio, a balança comercial registrou superávit de US$3,4 bilhões, ante saldo positivo de US$7,4 bilhões no mesmo mês do ano passado. As exportações apresentaram aceleração, totalizando US$30 bilhões (ante US$26,4 bilhões). Já as importações ficaram em US$26,6 bilhões (ante US$19 bilhões). Ambas as contas rodam em nível recorde nos últimos doze meses, com as exportações somando US$308 bilhões e as importações US$265 bilhões.
Os serviços apresentaram déficit de R$2,4 bilhões, aumento de 45% em relação ao mesmo mês do ano passado. Vale destacar o aumento expressivo com a conta de viagens internacionais (de -US$139 milhões para -US$718 milhões). Com a recuperação econômica e o fim de diversas restrições a mobilidade, os brasileiros voltaram a consumir no exterior. Entretanto, esse indicador ainda se encontra distante do período pré pandemia. Em doze meses, a conta de viagens apresenta um déficit de US$4,6 bilhões (nível pré pandemia era de -US$11 bilhões).
A conta de rendas apresentou um déficit de US$4,5 bilhões, aumento de 41% a/a. O crescimento ocorreu principalmente, pelo aumento dos lucros e dividendos. Com a recuperação econômica, e consequentemente a recuperação dos lucros, vem ocorrendo uma retomada aos níveis pré pandemia dessa categoria. No acumulado em 12 meses, o saldo dos lucros e dividendos é negativo em US$38,6 bilhões, patamar similar ao observado antes da pandemia.
No acumulado do ano, as maiores diferenças em relação ao ano passado ocorrem na balança comercial, com o crescimento das exportações e na conta de lucros e dividendos com a recuperação econômica e o crescimento dos lucros.
Na conta financeira, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$4,5 bilhões em maio, melhor que a expectativa do mercado (US$3,0 bilhões, Broadcast). O resultado advém do ingresso líquido na participação do capital (US$6,2 bilhões). Já as operações Inter companhia somaram saídas líquidas de US$1,8 bilhão. Em doze meses, o IDP acumula US$60 bilhões (3,45% do PIB), ante US$47,3 bilhões no mesmo mês do ano anterior. Os investimentos vêm apresentando significativa recuperação nas últimas leituras, se aproximando dos patamares vistos antes da pandemia.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$3,9 bilhão, com saídas líquidas de US$3,2 bilhões em ações e fundos de investimento e 702 milhões em títulos de dívida. Em doze meses, os ingressos líquidos em carteira totalizaram US$5,0 bilhões.