As transações correntes registraram déficit de US$1,7 bilhão em setembro, ante déficit de US$ 346 milhões no mesmo mês do ano passado. O resultado ficou abaixo da expectativa mediana do mercado (déficit de R$1,6 bilhão, Broadcast). Em doze meses, o déficit em transações correntes somou US$20,7 bilhões (1,30% do PIB). O déficit na conta-corrente decorre, principalmente, do menor superávit comercial, diante da redução das exportações e aumento nas importações.
Por outro lado, a balança comercial registrou superávit de US$2,5 bilhões, ante superávit de US$4,4 bilhões no mesmo mês do ano passado. O resultado ficou abaixo da mediana do mercado (US$4,3 bilhões, Broadcast). As exportações totalizam US$24,5 bilhões, sendo um aumento de 33,9% na comparação interanual. Já as importações ficaram em US$22 bilhões, representando um aumento de 58,2% a/a.
A conta de rendas apresentou um déficit de US$ 2,8 bilhões, sendo US$ 1,9 bilhão com lucros e dividendos e US$ 1,1 bilhão com juros. Já a conta de serviços apresentou déficit de R$1,4 bilhão, redução de 22,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os termos de troca (relação entre preço de produtos exportados e importados) recuaram pelo segundo mês consecutivo. O recuo no mês de agosto foi de 3,3% m/m. Apesar da contração recente, os termos de troca ainda continuam em patamares elevados. Já o índice de commodities do Banco Central (em R$) permanece em trajetória de crescimento, influenciado pela desvalorização cambial do real. Por um lado, a menor demanda chinesa por commodities pode aliviar a pressão sobre o índice. Entretanto, a desvalorização cambial recente (risco fiscal) deve pressionar o indicador cotado em reais.
Na conta financeira, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$4,5 bilhões em setembro, abaixo da expectativa do mercado (US$5,2 bilhões, Broadcast). A maior parte (US$6,0 bi) do ingresso líquido ocorreu em participação no capital. Já as operações intercompanhias somaram saídas líquidas de US$1,5 bi. Em doze meses, o IDP acumula US$ 50,4 bilhões (3,16% do PIB), ante US$54,8 bilhões (3,55% do PIB) em setembro de 2020.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$916 milhões, com ingresso líquido de US$676 milhões em títulos de dívida e saídas líquidas de US$1,6 bilhão em ações e fundos de investimento. Em doze meses, os ingressos líquidos em carteira totalizaram US$41,6 bilhões. Com o aumento da taxa Selic e dos riscos, o movimento dos investidores é saída de capital de ações e fundos e aportar em títulos de dívida.