O volume de vendas do comércio recuou -0,1% m/m em dezembro frente a novembro, resultado melhor que a projeção mediana do mercado (-0,5% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas apresentou variação negativa de -3,0% a/a. Em 2021, o varejo apresentou crescimento de 1,4%, sendo o quinto ano consecutivo de crescimento.
O crescimento no ano ficou concentrado no primeiro semestre, avançando 6,7% a/a. O forte avanço interanual decorre de uma base de comparação depreciada, uma vez que no mesmo período do ano de 2020 houve fechamento do comércio por conta da pandemia. O segundo semestre de 2021 apresentou recuo de 3,0% a/a, em um cenário de aceleração inflacionária, problemas nas cadeias produtivas e uma base de comparação maior.
O setor que apresentou o maior impacto no varejo no ano foi o de Móveis e Eletrodomésticos (-1,8 p.p. e -7,0% a/a), com oito recuos nos últimos 12 meses. O setor apresenta dificuldade para se adaptar à mudança do padrão de consumo de bens para serviços que ocorreu com o arrefecimento da pandemia. Além disso, esse setor é sensível à taxa de câmbio e vem apresentando dificuldades com a desvalorização cambial ocorrida.
Houve revisão no crescimento do mês de novembro, passando de 0,6% m/m para 0,4% m/m. Com o resultado de dezembro, o varejo se encontra 2,3% abaixo do nível pré-pandemia (fev/20).
No mês de dezembro, os destaques positivos foram artigos farmacêuticos (3,2%m/m), móveis e eletrodomésticos (0,4% m/m) e tecidos e calçados (0,4% m/m). Por outro lado, outros artigos de uso pessoal (-5,7% m/m) e hiper e supermercados (-0,4% m/m), que possuem peso significativo no índice cheio, puxaram negativamente o resultado no mês.
O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção) avançou 0,3% m/m, impactado positivamente pelas vendas de veículos (1,2%). Por outro lado, Material de construção recuou 1,4% no mês.
Para janeiro, os indicadores antecedentes mostram resultados negativos para o setor. A sondagem do comércio da FGV recuou -0,5% m/m e o indicador de confiança do consumidor da FGV recuou -1,9% m/m. Além disso, para o varejo ampliado, a projeção é para um forte recuo diante da elevada contração reportada pela Anfavea de 38,5% m/m em janeiro nas vendas de veículos.