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Publicado em 13 de Abril às 12:02:50

Vendas no varejo (Fev/22): Setor varejista cresce 1,1% m/m

O volume de vendas do comércio cresceu 1,1% m/m em fevereiro frente a janeiro, resultado melhor que a projeção mediana do mercado (0,2% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação positiva de 1,3% a/a.

Importante destacar a forte revisão ocorrida no mês anterior de 0,8% m/m para 2,1% m/m, diante do novo modelo de ajuste sazonal implementado pelo IBGE.  Houve revisão significativa no grupo de Tecidos e vestuário (de -3,9% para 4,0%) e livros e papelaria (de -2,0% para -25,7%). 

Com o resultado de fevereiro, o varejo restrito se encontra 1,2% acima do nível pré pandemia e o ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) está 0,8%, puxado pelo setor de construção civil que está 8,5% acima e vem sendo um driver importante de investimentos. O setor automotivo, por sua vez, diante do cenário de escassez de componentes, encontra-se 5,6% abaixo.  Para o 1º trimestre de 2022, temos um carrego estatístico positivo de 1,0%.

Em fevereiro, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram taxas positivas. O setor de livros e papelaria avançou 42,8% no mês, diante da retomada de grandes contratos de livros didáticos e uma forte contração no mês anterior (-25,7%), aumentando o efeito da base extremamente depreciada. Esse segmento apresenta tendência de queda desde 2014, com o fechamento de diversas livrarias e aumento do consumo de livros em marketplaces (que não está contemplado no índice) e de forma digital.  O que dava certa sustentação para esse segmento era a atividade de livros didáticos, que foi muito impactada pela pandemia, mas que vem apresentando recuperação.

Embora o setor de livros e papelaria tenha apresentado a maior variação, as principais contribuições para o crescimento do varejo em fevereiro foram: Combustíveis e lubrificantes (5,3%), Móveis e eletrodomésticos (2,3%) e tecidos e vestuário (2,1%).  Os segmentos de vestuários e móveis/eletrodomésticos não tiveram um bom desempenho durante o período de Natal. Dessa forma, foram feitas diversas promoções nesses setores, ajudando a impulsioná-los no primeiro bimestre desse ano. Já o setor de combustíveis apresentou desempenho positivo sem que houvesse pressão inflacionária no mês. Porém, a expectativa é que o setor seja afetado pelos reajustes dos combustíveis ocorridos durante o mês de março.

Também avançaram os setores de hiper e supermercados (1,4%) e outros artigos de uso pessoal (1,6%). O setor de supermercados conseguiu avançar mesmo com o aumento da taxa de inflação, principalmente em alimentos. O grupo material de escritório ficou estável (0,0%) e os artigos farmacêuticos foi o único grupo a recuar na ótica do varejo restrito (-5,6%).

O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) avançou 2,0% m/m (expectativa era de 1,1%, Broadcast). Houve avanço na atividade de Veículos (5,2% m/m) e recuo no Material de Construção (-0,4% m/m). 

Apesar do conflito no Leste europeu ter iniciado no final de fevereiro, os impactos serão sentidos no mês de março, principalmente no grupo de combustíveis e lubrificantes, diante dos reajustes de preço nas refinarias da Petrobras e no segmento de supermercados, com o encarecimento de diversos produtos pelo aumento das commodities e custo do frete.

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