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Publicado em 10 de Março às 12:13:19

Vendas no varejo (jan/22): Varejo cresce 0,8% m/m em janeiro

O volume de vendas do comércio cresceu 0,8% m/m em janeiro frente a dezembro, resultado melhor que a projeção mediana do mercado (0,3% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação negativa de 1,9% a/a.

Importante destacar a forte revisão ocorrida no mês anterior de -0,1% m/m para -1,9% m/m.  A magnitude da revisão impulsionou o resultado acima das expectativas no mês de janeiro, diante do potencial efeito base. De acordo com o IBGE, a revisão decorre do modelo de ajuste sazonal incorporando informações e mudanças da pandemia.

Com o resultado de janeiro, o varejo restrito se encontra 1,0% abaixo do nível pré pandemia, enquanto o ampliado, por conta do cenário desafiador para o setor automotivo, encontra-se 1,6% abaixo.  Para o 1º trimestre de 2022, temos um carrego estatístico de -0,3%.

Embora o varejo tenha avançado no mês, cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram taxas negativas. Este resultado decorreu, principalmente, pelo avanço dos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8% m/m) e outros artigos de uso e doméstico (9,4%). A atividade de hiper e supermercados, que possui o maior peso no índice cheio, se manteve estável (-0,1%), aumentando a influência das demais atividades no mês.

O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) recuou 0,3% m/m (expectativa era de -1,2%, Broadcast). Houve forte recuo na atividade de Veículos (-1,9% m/m) e Material de Construção (-0,3% m/m). 

O setor varejista passa por um cenário macroeconômico extremamente adverso, com aumento das taxas de juros, inflação, desvalorização cambial e uma taxa de desemprego, em recuperação, porém em patamares elevados. A aceleração inflacionária em conjunto com a desvalorização cambial afetada diretamente a estrutura de custos dos varejistas, principalmente os mais expostos a cotação do dólar. O poder de compra das famílias é diretamente impactado e consequentemente a demanda por produtos.

Para fevereiro, os indicadores antecedentes mostram resultados mistos para o setor. A sondagem do comércio da FGV avançou 2,5% m/m e confiança do consumidor cresceu 5,1%. Em contrapartida, as consultas a inadimplência recuaram 2,7%.  

Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, o viés para o setor é negativo e sua recuperação deve ser postergada por conta da maior pressão inflacionária, principalmente vinda dos combustíveis e provavelmente uma política monetária ainda mais contracionista.  Diante do atrativo diferencial de juros em função do risco e de um impulso sobre os preços das commodities, o resultado sobre a taxa de câmbio ainda é incerto, porém, até agora, a moeda brasileira se mantém forte mesmo com a aceleração do DXY.  Outro ponto importante que pode dar fôlego ao setor varejista é a redução de 18,5% a 25% do IPI, que deve, em parte, ser repassada para o consumidor ajudando a impulsionar a demanda ou ser incorporada nas margens.

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