O volume de vendas do comércio cresceu 0,6% m/m em novembro frente a outubro, resultado melhor que a projeção mediana do mercado (0,0% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação negativa de 4,2% a/a.
Tivemos revisões nos três últimos meses na série do varejo, indicando uma contração menos intensa, passando de -5,3% para -4,8%. Com o resultado de novembro, o varejo se encontra 1,2% acima do nível pré-pandemia e, tanto no ano quanto nos últimos 12 meses, o varejo apresenta crescimento de 1,9%.
Embora o varejo tenha avançado no mês, cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram taxas negativas. Este resultado decorreu, principalmente, pelo crescimento do segmento de hipermercados e supermercados (0,9% m/m), o maior grupo do índice. Além disso, contribuições positivas também foram observadas nos grupos de artigos farmacêuticos (1,2% m/m) e outros artigos de uso pessoal (2,2% m/m). Em contrapartida, houve recuos em: móveis e eletrodomésticos (-2,3% m/m), tecidos e vestuário (-1,9% m/m), combustíveis e lubrificantes (-1,4% m/m), livros e papelaria (-1,4% m/m), e material de escritório (-0,1% m/m).
Além disso, houve avanço na receita nominal do setor (1,3% m/m), em especial no setor de combustíveis (5,0% m/m), indicando que o processo inflacionário vem impactando o volume de vendas. A aceleração da inflação vem sendo o principal vilão do setor, uma vez que diminui o poder de compra das famílias.
O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) avançou 0,5% m/m (expectativa era de -0,6%, Broadcast), rompendo com a sequência de três meses seguidos de queda. Houve avanços na atividade de Veículos (0,7% m/m) e Material de Construção (0,8% m/m).
Para dezembro, os indicadores antecedentes mostram resultados mistos para o setor. A sondagem do comércio da FGV recuou 3,1% m/m e as consultas à inadimplência apontam -4,0% m/m, em contraste com o indicador de confiança do consumidor da FGV que avançou 0,8% m/m. Além disso, o elevado nível inflacionário, que deteriora o poder de compra do consumidor, continua sendo o principal desafio para o setor atualmente.