O volume de vendas do comércio recuou 0,1% m/m em outubro frente a setembro, resultado pior que a projeção mediana do mercado (0,6% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação negativa de 7,1% a/a.
Tivemos revisões nos últimos meses na série do varejo, indicando uma contração menos intensa no 3º trimestre, passando de -2,5% para -2,1%. Com as revisões e o resultado de outubro, o varejo se encontra praticamente estável em relação ao período pré pandemia (-0,1%). No ano e nos últimos 12 meses, o varejo apresenta crescimento de 2,6%.
Diferentemente dos meses anteriores em que algum grupo puxava o indicador, no mês de outubro não houve um destaque claro que influenciou o resultado. Houve equilíbrio (de impacto) nos setores, sem grande protagonismo de alguma categoria em especial. Houve recuo em cinco dos oito grupo (na ótica restrita): livros e papelaria (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%), Hipermercados e supermercados (-0,3%), combustíveis (-0,3%), artigos farmacêuticos (-0,1%). Entre os itens que avançaram no mês tivemos: material de escritório (5,6%), outros artigos de uso pessoal (1,4%) e tecidos e vestuário (0,6%).
Além disso, houve avanço na receita nominal do setor (0,7%), em especial no setor de combustíveis (1,7%), indicando que o processo inflacionário vem impactando o volume de vendas. A aceleração da inflação vem sendo o principal vilão do setor, uma vez que diminui o poder de compra das famílias.
O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) recuou 0,9% m/m (expectativa era de -0,2%, Broadcast). Houve contração na atividade de Veículos (-0,5% m/m) e retração em Material de Construção (-0,9% m/m).
Para novembro, os indicadores antecedentes apontam novo recuo para o setor. A sondagem do comércio da FGV recuou 6,6% m/m e as consultas à inadimplência -2,7% m/m. Além disso, o indicador de confiança do consumidor da FGV recuou 1,8% m/m. A aceleração da inflação continua como o principal desafio para o setor atualmente.