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Publicado em 18 de Dezembro às 12:37:29

CPI (Nov/25): Inflação abaixo do esperado pode dar margem para o FED prosseguir com o ciclo de corte de juros

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA veio abaixo do esperado pelo mercado (0,3% m/m, Bloomberg) mas em linha com a nossa projeção (0,21% m/m), registrando variação de 0,20% m/m no período de dois meses entre setembro e novembro. Com isso, a inflação acumulada em doze meses arrefeceu de 3,0% a/a em setembro para 2,7% a/a em novembro, vindo bem abaixo das projeções do mercado (3,1% a/a) e da nossa (3,02% a/a). Vale destacar que o Bureau of Labor Statistics (BLS), órgão de estatísticas norte americano responsável pelo CPI, não coletou dados de inflação para o mês de outubro devido ao shutdown governamental.

No que diz respeito ao núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, a variação registrada entre os meses de setembro e novembro foi de 0,16%, vindo abaixo da nossa projeção (0,28% m/m). Já na métrica em doze meses, o núcleo da inflação também apresentou surpresas baixistas, saindo de 3,0% a/a para 2,6% a/a quando a expectativa do mercado era de 3,0% a/a e a nossa de 3,1% a/a.

Dentre os principais grupos, os aluguéis (Shelter) registraram alta de 0,2% m/m de setembro para novembro, enquanto os preços da energia e dos alimentos registraram variação de 1,1% m/m e 0,1% m/m no mesmo período. Alguns poucos itens tiveram as suas taxas de variação referentes ao mês de outubro coletadas e divulgadas: gasolina (-2,1% m/m), veículos novos (0,1%) e carros e caminhões usados (0,7% m/m). Esses mesmos itens apresentaram altas de 3,0% m/m, 0,2% m/m e 0,3% m/m em novembro respectivamente.

Nas métricas em doze meses, observou-se uma alta de 3,7% a/a na alimentação fora do domicílio, 1,9% a/a na alimentação no domicílio, 2,6% a/a na alimentação em geral, 4,2% a/a no grupo de energia, 1,2% a/a em commodities energéticas, 7,4% a/a em serviços de energia, 3,0% a/a nos aluguéis (Shelter).

No que diz respeito a inflação de serviços, a alta observada entre os meses de setembro e novembro foi de 0,23% m/m, enquanto a métrica em doze meses recuou de 3,61% a/a para 3,23% a/a no mesmo período. Dentre a categoria de bens, os duráveis praticamente não registraram variação nos preços (0,03% m/m), o que fez com que a métrica anual saísse de 1,80% a/a para 1,46% a/a. O segmento de não duráveis também registrou acomodação, apresentando uma inflação de apenas 0,16% no período de dois meses entre setembro e novembro. Em doze meses, a taxa de variação permaneceu em 2,01% a/a.

Essa leitura bem mais fraca do CPI depois de um longo período de apagão de dados de inflação contribuiu para conferir uma margem adicional para o banco central norte americano (Federal Reserve) prosseguir com o ciclo de corte de juros. No entanto, ainda achamos que o FED vai optar por conduzir a política monetária com uma maior cautela daqui em diante em vista das perspectivas de aceleração do crescimento econômico e dos riscos ainda existentes de repique inflacionário em vista da Fed Funds rate já se encontrar bem mais próxima do seu nível neutro. Não obstante, ao longo do ano esperamos que o FED promova um afrouxamento monetário total de 0,50 p.p., levando a taxa de juros para o intervalo entre 3,00-3,25% ao final de 2026.

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