Em agosto, houve criação líquida de 235 mil empregos em setores não agrícola (Nonfarm Payroll), ante um resultado revisado de 1053 mil em julho. O resultado veio muito abaixo da expectativa mediana do mercado de criação de 750 mil postos de trabalho.
Na passagem de julho para agosto, a taxa de desemprego recuou 0,2 p.p. atingindo o patamar de 5,2%, resultado em linha com as expectativas de mercado. No mesmo período o número de desempregados caiu 318 mil fazendo com que o total de desempregados atingisse a marca de 8,4 milhões em julho.
O resultado de agosto representa um avanço significativo em relação aos números observados entre fevereiro e abril de 2020, período marcado pelo início da crise sanitária. Embora tenha-se observado melhorias significativas nos dados de mercado de trabalho, estes, por sua vez, ainda se encontram distantes dos valores observados no período que antecedeu a pandemia (3,5% e 5,7 milhões).
Os destaques positivos foram nos grupos de serviços profissionais e administrativos (+74 mil); transporte e armazenagem (+53 mil); (+19 mil) em educação pública e privada; (+37 mil) na manufatura. Por outro lado, houve destruição de empregos no setor de varejo (-29 mil), principalmente, no setor de alimentação e bebidas. O setor de varejo encontra-se 285 mil vagas abaixo do nível de fev/20. O setor de lazer e hospedagem permaneceu estável em relação aos dados de julho, 10% abaixo do nível observado no período que antecedeu a pandemia.
Em agosto, o número de desempregados a longo prazo (27 ou mais semanas) recuou em 246 mil alcançando o nível de 3,2 milhões ante um recuo de 560 mil em julho. Este número constitui 37,4% do total de desempregados em agosto, sendo superior em 2,1 milhões em relação ao número de fevereiro de 2020.
A taxa de participação da força de trabalho permaneceu estável em relação ao mês de julho ficando em 61,7%. Vale ressaltar que este número tem mostrado uma certa estabilidade, uma vez que permanece entre o intervalo de 61,4% a 61,7% desde junho de 2020. A taxa de participação se encontra 1,6 p.p. abaixo do patamar observado em fevereiro de 2020. Além disso, a razão entre o número de empregados e a população economicamente ficou estável em relação ao mês de julho no patamar de 58,5%, abaixo da taxa observada em fevereiro de 2020 (61,1%).
A média de ganhos salariais por hora aumentou, aproximadamente, 0,56% (US$ 0,17) chegando ao nível de US$ 30,73 em agosto, acumulando cinco meses de altas seguidas. Os dados sugerem que o aumento da demanda por trabalhadores, decorrente do arrefecimento da pandemia, atua como um fator que contribui para alta de salários nos EUA.
Houve revisões para os meses de junho e julho. Para o primeiro, houve um aumento de 24 mil vagas passando de 938 mil para 962 mil. Para o último, houve um acréscimo de 110 mil vagas fazendo com o valor revisado de julho passar de 938 mil para 1053 mil.
