Em setembro, houve criação líquida de 194 mil empregos em setores não agrícolas (“Nonfarm Payroll”), ante um resultado revisado de 366 mil em agosto. No mês o resultado ficou muito abaixo da expectativa mediana de mercado que esperava a criação de 500 mil novos postos de trabalho.
Por outro lado, a taxa de desemprego recuou 0,4 p.p. alcançando o nível de 4,8% surpreendendo positivamente o mercado que tinha como expectativa mediana (Broadcast) um desemprego de 5,1%. No que lhe concerne, o número de desempregados caiu 710 mil, de modo que, o número total de desempregados atingisse a marca de 7,7 milhões em setembro.
O resultado no mês representa uma melhora significativa em relação aos números observados entre fevereiro e abril de 2020, período marcado pelo início da crise sanitária. Porém, esses ainda se encontram distantes dos valores observados no período pré-covid em que vigorava uma taxa de desemprego de 3,5% e um número total de desempregados de 5,7 milhões.
Os destaques positivos foram nos grupos de lazer e hospedagem (+74 mil); serviços profissionais e administrativos (+60 mil); varejo (+ 56 mil); transporte e armazenagem (+47 mil); manufatura (+26 mil). Em contrapartida, houve forte destruição de empregos no setor educacional onde o número de empregados na educação pública e privada recuaram em 180 mil. Além disso, também houve destruição de empregos no setor de cuidados médicos (-18 mil).
Em setembro, o número de desempregados a longo prazo (27 ou mais semanas) recuou em 496 mil alcançando o nível de 2,7 milhões ante um recuo de 246 mil em agosto. Este número constitui 34,5% do total de desempregados em setembro, superior em 1,6 milhão em relação ao número de fevereiro de 2020.
A taxa de participação da força de trabalho permaneceu estável em relação ao mês de agosto ficando em 61,6%. Vale ressaltar que este número mostra uma certa estabilidade, visto que permanece entre o intervalo de 61,4% a 61,7% desde junho de 2020. A taxa de participação se encontra 1,7 p.p. abaixo do patamar observado em fevereiro de 2020. Além disso, a razão entre o número de empregados e a população em idade ativa (“employment-population ratio”) apresentou elevação de 0,2 p.p. em relação ao mês de agosto alcançando o patamar de 58,7%, abaixo da taxa observada em fevereiro de 2020 (61,1%).
Por outro lado, a média de ganhos salariais por hora aumentou US$ 0,19 (+0,62%) chegando ao nível de US$ 30,85 acumulando seis meses de altas seguidas. Os dados sugerem que o aumento da demanda por trabalhadores, decorrente do arrefecimento da pandemia, atua como um fator que contribui para alta de salários nos EUA.
Houve revisões que adicionaram ao todo criação de 169 mil vagas para os meses de julho e agosto. Para o primeiro, houve um aumento de 38 mil vagas passando de 1,053 milhão para 1,091 milhão. Para o último, houve um acréscimo de 131 mil vagas fazendo com o valor revisado de agosto passar de 235 mil para 366 mil.
