O Banco Central americano (Fed), de maneira unânime, manteve a taxa básica de juros americana (Fed funds rate) entre 0 e 0,25%. Como a inflação tem excedido o patamar de 2% há um tempo, o comitê avalia ser apropriado manter a taxa de juros neste patamar até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado os níveis consistentes com as avaliações de pleno emprego do comitê.
Diante da evolução do processo inflacionário e das melhorias observadas no mercado de trabalho, o comitê decidiu reduzir o ritmo de compra de títulos do tesouro em US$ 20 bilhões e dos títulos lastreados em hipoteca em US$ 10 bilhões a cada mês, mas está preparado para ajustar o ritmo caso necessário. Dessa forma, a partir de janeiro, o comitê aumentará o balanço do FED em pelos menos US$ 40 bilhões de títulos do tesouro e pelo menos US$ 20 bilhões em títulos hipotecários por mês.
O comitê julga ser mais apropriada a redução proporcional no ritmo mensal de compras de ativos, entretanto, segue preparado para ajustar a velocidade das compras de acordo com mudanças nas perspectivas econômicas. Além disso, destacou-se que as compras e detenções dos títulos por parte do Fed continuarão a promover um estável funcionamento de mercado e condições financeiras acomodatícias, apoiando, dessa forma, o fluxo de crédito para as famílias e firmas.
Segundo o comitê, o progresso da vacinação combinado com a forte política de estímulo fiscal contribuiu para o fortalecimento dos indicadores de atividade econômica e de emprego. De maneira geral, os setores mais afetados pela pandemia têm se recuperado nos últimos meses, entretanto, continuam sendo afetados pelo vírus.
Desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e a reabertura da economia seguem pressionando o elevado processo inflacionário. De um modo geral, as condições financeiras permanecem acomodatícias, em parte refletindo medidas de suporte à economia e o fluxo de crédito às firmas e famílias.
Foi retirado o trecho que associava o elevado processo inflacionário a fatores transitórios e adicionou-se um trecho que caracteriza uma forte recuperação do mercado de trabalho com substancial queda da taxa de desemprego nos últimos meses.
O comunicado reforçou que o comitê segue monitorando as implicações da política monetária acomodatícia na economia e que estará preparado para ajustar a direção da política monetária no caso do surgimento de riscos que possam impedir o comitê de atingir suas metas. Nesse sentido, serão levadas em consideração as informações sobre saúde pública, mercado de trabalho, inflação, expectativas de inflação, pressões inflacionárias, e dos desenvolvimentos financeiros e internacionais.
Em relação às perspectivas de política monetária, o gráfico de pontos sinalizou que todos os membros do FOMC esperam um aumento da taxa de juros até o final de 2023, ante 9 em setembro e 7 em junho. A maioria dos dirigentes vê juros entre 0,75% e 1,0% em 2022.
O FED reduziu as projeções de crescimento do PIB de 2021 e 2023 que passaram de 5,9% e 2,5% em setembro para 5,5% e 2,2%, respectivamente. Em contrapartida, houve elevação para o crescimento do PIB em 2022 (de 3,8% para 4,0%). Para 2024 a projeção ficou estável em 2,0%.
Por sua vez, as projeções de desemprego foram reduzidas para os anos de 2021 e 2022 que passaram de 4,8% e 3,8% para 4,3% e 3,5% (nível de pleno emprego), respectivamente. Para os demais anos as projeções ficaram estáveis em 3,5%.
As projeções de inflação foram elevadas para os anos de 2021, 2022 e 2023. Para o primeiro, houve elevação de 1,1 p.p. em relação a projeção de setembro, de modo que, os dirigentes preveem uma inflação de 5,3% ao final deste ano. Já para o segundo, as projeções foram elevadas em 0,4 p.p. alcançando o nível de 2,6%. Para 2023, houve elevação de 0,1 p.p. fazendo com que a projeção ficasse em 2,3%. Por fim, as projeções de 2024 e de longo prazo ficaram inalteradas em 2,1% e 2,0%, respectivamente.
As projeções para a taxa básica de juros (Fed Funds rate) permaneceram inalteradas em 0,1% em 2021, entretanto, para todos os demais anos houve elevações. Para 2022 passou de 0,3% pra 0,9%; de 2023 passou de 1,0% para 1,6%; e para 2024 foi elevado de 1,8% para 2,1%. A mediana de longo prazo para a taxa de juros permaneceu estável em 2,5%.