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Publicado em 27 de Julho às 16:42:39

FOMC (Jul/22): Fed eleva a taxa de juros em 0,75 p.p. com o foco na inflação

O Banco Central americano (Fed), de maneira unânime, elevou a taxa básica de juros americana em 0,75 p.p., repetindo o ritmo de aumento da reunião anterior. Este resultado representa o maior aumento da taxa de juros americana em duas reuniões seguidas desde 1980, reforçando o comprometimento do Comitê de política monetária em garantir a estabilidade de preços no médio prazo.  Nesse contexto, o Banco Central antevê novos aumentos na taxa de juros para as próximas reuniões como forma de atingir os seus objetivos. Além disso, o Comitê optou por manter o ritmo de redução do balanço de ativos conforme os termos definidos na reunião de maio.

Segundo o comunicado, embora indicadores recentes que medem gastos com consumo e produção tenham apresentado desaceleração na margem, o mercado de trabalho segue apresentando ganhos robustos nos últimos meses. A taxa de desemprego (3,6%) permanece próxima do nível de pleno emprego da economia. Por sua vez, a inflação segue elevada, refletindo os descasamentos entre a oferta e a demanda relacionados à pandemia e da disseminação das altas de preços na economia, sobretudo, da energia e de alimentos.

Ressaltou-se que a guerra provada pela Rússia contra a Ucrânia responsável por um enorme prejuízo social e econômico. O conflito e os eventos relacionados estão criando pressões altistas adicionais sobre a inflação e estão pesando sobre o nível de atividade econômica global. Nesse contexto, o Comitê segue atento ao balanço de riscos inflacionários.

Foi retirado o trecho que comentava sobre os impactos adversos da política de Covid Zero na China nas cadeias globais de produção.

Como forma de atingir a meta de plena emprego e estabilidade de preços com uma taxa inflação de 2% no longo prazo, o comitê decidiu, de maneira unânime, elevar o intervalo da taxa básica de juros (Fed Funds rate) para faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano. Ademais, o comitê estabeleceu que manterá a redução do balanço de ativos do Fed, iniciada no dia 1 de junho, em um montante de US$ 47,5 bilhões que deverá ser elevado após 3 meses para US$ 95 bilhões.

Por fim, o comunicado reforçou que o comitê seguirá monitorando as implicações da condução da política monetária na economia e estará preparado para ajustar a direção da política monetária no caso do surgimento de riscos que possam impedir o comitê de atingir suas metas. Nesse sentido, serão levadas em consideração as informações sobre saúde pública, mercado de trabalho, inflação, expectativas de inflação, pressões inflacionárias, e dos desenvolvimentos financeiros e internacionais.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou o comprometimento do Comitê em restaurar a estabilidade de preços da economia, agindo de maneira rápida de acordo com dados econômicos, que apontam para um mercado de trabalho extremamente apertado e uma inflação significativamente elevada. Ressaltou que o aperto no mercado de trabalho sinaliza uma sólida demanda agregada. Para a próxima reunião um novo aumento de 75 bps pode ser apropriado, mas a decisão será dependente dos dados disponíveis. Já para os próximos meses, o ritmo de aumento da taxa de juros será decidido a cada reunião a partir de análise da evolução dos indicadores econômicos, de modo que, o Fed de fornecer menos forward guidances de movimentos nas taxas. Quando perguntado sobre o ciclo de alta da taxa de juros, Powell comentou que a melhor estimativa para o final de 2022 é de uma Fed Funds rate entre 3,0% e 3,5%. Além disso, o Comitê avalia apropriado a taxa de juros seguir se elevando em 2023. Por fim, reforçou que o objetivo do FOMC é permitir uma aterrisagem suave da economia (sem aumento significativo da taxa de desemprego) enquanto busca alcançar a meta de longo prazo de inflação de 2,0%.

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