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Publicado em 04 de Maio às 17:36:03

FOMC (Mai/22): Fed eleva a taxa de juros em 0,5 p.p., o incremento mais acentuado desde 2000

O Banco Central americano (Fed), de maneira unânime, decidiu elevar a taxa básica de juros americana em 0,5 p.p., o maior ritmo de aumento desde 2000, para combater o elevado nível inflacionário. Além disso, foi anunciado o início da redução do balanço de ativos do Fed a partir do mês de junho em um montante de US$ 47,5 bilhões pelos próximos três meses. A partir de então o ritmo da redução deverá ser elevado para US$ 95 bilhões como forma de alcançar um nível consistente de reservas consistente com a implementação da política monetária de maneira eficiente.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou a preocupação do comitê com o elevado nível inflacionário e reconheceu os desafios que o elevado nível inflacionário vem impondo sobre a população americana. Reforçou-se o comprometimento do comitê em restaurar a estabilidade de preços da economia, agindo de maneira rápida de acordo com dados econômicos. Nesse sentido, foi anunciado que há uma ampla avaliação entre os diretores de que mais altas de 0,5 p.p. estarão na mesa de discussões nas próximas reuniões, entretanto, descartou-se a aceleração do ritmo de elevação da taxa de juros para 0,75 p.p. 

Segundo o comunicado, embora a economia americana tenha contraído no primeiro trimestre de 2022, tanto os gastos com consumo das famílias quanto os investimentos das firmas permaneceram fortes. Além disso, nos últimos meses, a criação de empregos se manteve robusta, de modo que, a taxa de desemprego recuou substancialmente no período. Em contrapartida, a inflação segue bastante elevada, refletindo os descasamentos entre a oferta e da demanda relacionados à pandemia e da disseminação das altas de preços, sobretudo, da energia.

Ressaltou-se que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia é responsável por um enorme prejuízo social e econômico. Há grandes incertezas no que diz respeito às implicações desse conflito para a economia americana, visto que a invasão e seus desdobramentos geram pressões adicionais sobre a inflação e possivelmente pesarão na atividade econômica. Ademais, a política zero-Covid na China a adoção de lockdowns como medida de combate a transmissão do vírus devem exacerbar as disrupções nas cadeias globais de suprimentos. Nesse contexto, o comitê segue atento ao balanço de riscos inflacionários.

Como forma de atingir a meta de plena emprego e estabilidade de preços com uma taxa inflação de 2% no longo prazo, o comitê decidiu, de maneira unânime, elevar o intervalo da taxa básica de juros (Fed Funds rate) para faixa entre 0,75% e 1,0% ao ano. Ademais, o comitê estabeleceu que a redução do balanço de ativos do Fed terá início a partir do dia 1 de junho, em um montante inicial de US$ 47,5 bilhões que deverá ser elevado após 3 meses para US$ 95 bilhões.

O comunicado reforçou que o comitê seguirá monitorando as implicações da condução da política monetária na economia e estará preparado para ajustar a direção da política monetária no caso do surgimento de riscos que possam impedir o comitê de atingir suas metas. Nesse sentido, serão consideradas as informações sobre saúde pública, mercado de trabalho, inflação, expectativas de inflação, pressões inflacionárias, e dos desenvolvimentos financeiros e internacionais.

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