A variação do índice de preços do consumidor (CPI) foi de 0,9% em outubro ante um crescimento de 0,4% em setembro na série com ajuste sazonal. Este resultado ficou acima da mediana das projeções de mercado de 0,6%. No que lhe concerne, a taxa de inflação nos últimos 12 meses foi de alta de 6,2% ficando 0,3 p.p. acima da projeção de mercado.
O avanço no mês foi bastante disseminado entre os grupos, as principais altas foram observadas nos índices de energia; habitação; alimentação; carros e caminhões usados; e novos veículos. Os índices de transporte e habitação (shelter) apresentaram altas no mês de outubro e juntos contribuíram por mais da metade da variação do índice headline (+66,6 b.p.).
No que lhe concerne, o grupo de alimentos se manteve estável ao avançar 0,9% em outubro. Por um lado, a desaceleração no índice de alimentação no domicílio que saiu de alta de 1,2% em setembro para 1% em outubro foi contrabalanceada pela aceleração da alimentação fora de casa que teve alta de 0,8% ao registrar uma aceleração de 0,3 p.p. em relação ao mês anterior. O resultado da alimentação em domicílio decorreu principalmente da alta de 3,1% no índice de carnes. Em 12 meses, o índice de alimentação acumula alta de 5,3%.
Já o índice de energia teve alta de 4,8% em outubro, ante 1,3% em setembro. Este resultado foi influenciado, principalmente, pela alta de 6,1% no índice de gasolina, que acelerou 4,9 p.p. em relação à variação registrada no mês anterior. Além disso, o índice de serviço de gás (utility piped gas service) registrou aceleração de 3,9 p.p. na margem com a alta de 6,6% no mês. Em 12 meses, o grupo de energia acumulou alta de 30%.
A forte alta do indicador de energia nos últimos 12 meses é resultado de um cenário de crise energética global (crise hídrica na China e eólica na Europa) e de busca por alternativas de geração energética de curto prazo menos poluentes. Dessa forma, aumenta-se a demanda por gás natural e petróleo o que atua como vetor adicional de pressão sobre o preço dessas commodities que já se encontravam em patamar elevado por conta da retomada da atividade no pós-pandemia.
No que diz respeito ao núcleo (excluí alimentos e energia) da inflação, a variação mensal foi de 0,6%, resultado que ficou acima das projeções de mercado (0,4%). No interanual, registrou-se um avanço de 4,6% que ficou 0,3 p.p. acima do esperado pelo mercado.
As principais contribuições positivas vão para o índice de preços de habitação (shelter) que obteve alta de 0,5%, resultado que contribuiu com quase um terço da variação observada no índice cheio; índice de novos veículos (+1,4%); e veículos usados (+2,5%). Com o resultado de outubro o índice de novos veículos acumula alta de 9,8% em 12 meses, a maior variação interanual desde o período que se encerrou em maio de 1975.
Por outro lado, o índice de passagens aéreas recuou pelo terceiro mês seguido com o resultado de -0,7% na margem.