A variação do índice de preços do consumidor (CPI) foi de 0,8% em novembro ante um crescimento de 0,9% em outubro na série com ajuste sazonal. Este resultado ficou acima da mediana das projeções de mercado de 0,7%. Por sua vez, a taxa de inflação nos últimos 12 meses foi de alta de 6,8%, a maior variação anual desde 1982, ficando 0,1 p.p. acima do consenso de mercado.
O avanço no mês foi bastante disseminado, de maneira similar ao observado no mês anterior. As principais altas foram observadas nos índices de energia; habitação; alimentação; carros e caminhões usados; e novos veículos.
Os índices de transporte e habitação (shelter) apresentaram as maiores altas no mês de novembro e juntos contribuíram por cerca de 80% da variação do índice headline (+64,8 b.p.).
Por outro lado, o grupo de alimentos apresentou leve desaceleração (-20 b.p.) em relação ao mês anterior ao avançar 0,7% em novembro. Este resultado decorreu da combinação do arrefecimento tanto da alimentação no domicílio que saiu de alta de 1% em outubro para 0,8% em novembro e da alimentação fora do domicílio que passou de 0,8% para 0,6% no mesmo intervalo de tempo. Em 12 meses, o índice de alimentação acumulou alta de 6,1%.
O índice de energia teve alta de 3,5% em novembro, ante 4,8% em outubro. Este resultado foi influenciado, principalmente, pela alta de 6,1% no índice de gasolina, que ficou estável em relação à variação registrada no mês anterior. Em 12 meses, o grupo de energia acumulou alta de 33%, com forte contribuição da gasolina que teve alta de 58,1% no mesmo período.
A forte alta do indicador de energia nos últimos 12 meses é resultado de um cenário de crise energética global (crise hídrica na China e eólica na Europa) e de busca por alternativas de geração energética de curto prazo menos poluentes. Dessa forma, aumenta-se a demanda por gás natural e petróleo o que atua como vetor adicional de pressão sobre o preço dessas commodities que já se encontravam em patamar elevado por conta da retomada da atividade no pós-pandemia. Soma-se a isso, o excesso de demanda decorrentes dos pacotes fiscais adotados por diversos países, como forma de combater os efeitos recessivos da pandemia.
No que diz respeito ao núcleo (excluí alimentos e energia) da inflação, a variação mensal foi de 0,5%, resultado que ficou em linha com as projeções de mercado. No interanual, registrou-se um avanço de 4,9% também em linha com o consenso do mercado.
As principais contribuições positivas vão para o índice de preços de habitação (shelter) que obteve alta de 0,5%, resultado que contribuiu com quase um terço da variação observada no índice cheio; índice de novos veículos (+1,1%); e veículos usados (+2,5%).
Com o resultado de outubro o índice de novos veículos acumula alta de 11,1% e o índice de carros usados acumulou alta de 31,4% em 12 meses. Já o índice de preços de habitação acumulou alta de 3,8% no mesmo período, a maior variação em 12 meses desde junho de 2007.