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Publicado em 04 de Março às 13:04:57

Payroll – Fev.2022: Taxa de desemprego americana recua para 3,8% em fevereiro

Em fevereiro, houve criação líquida de 678 mil empregos em setores não agrícolas (Nonfarm Payroll), ante um resultado revisado de 481 mil em janeiro. O resultado veio melhor que o aguardado pelo mercado que tinha como expectativa a criação de 440 mil vagas no mês.

As principais contribuições positivas foram bastante disseminadas. Os destaques vão para os segmentos de serviços de lazer e hospitalidade; serviços profissionais e administrativos; em saúde e cuidados pessoais; e construção.

Na passagem de janeiro para fevereiro, a taxa de desemprego recuou 0,2 p.p. atingindo o patamar de 3,8%, ficando levemente melhor do que o consenso de mercado de 3,9%. No mesmo período o número de desempregados recuou em 243 mil, de modo que, o total de desocupados alcançou o patamar de 6,3 milhões de pessoas.

Os destaques positivos foram nos grupos de lazer e hospitalidade (+179 mil), com destaque para bares e restaurantes (+124 mil); serviços profissionais e administrativos (+95 mil); em saúde e cuidados pessoais (+64 mil); e na construção (+60 mil).

Em fevereiro, o número de desempregados a longo prazo (27 ou mais semanas) ficou estável em 1,7 milhão de pessoas no mês. Este número constitui 26,7% do total de desempregados, superando o número de fevereiro de 2020 em 581 mil.

O número de indivíduos empregados a tempo parcial por razões econômicas aumentou em 418 mil ao longo do mês, alcançando o patamar de 4,1 milhões de pessoas. Entretanto, este indicador se mantém abaixo do número observado em fevereiro de 2020 (4,4 milhões). Vale destacar que estas pessoas constituem a parcela da população que gostaria de ter um emprego em período integral, porém trabalham em escala parcial por conta de redução na jornada ou dificuldades de encontrar emprego de trabalho integral.

Além disso, o número de indivíduos fora da força de trabalho que querem um emprego recuou em 349 mil, alcançando o patamar de 5,4 milhões. Embora tenhamos observado um recuo neste indicador, este ainda se encontra acima do nível observado em fevereiro de 2020 (5 milhões). Estes indivíduos constituem a parcela da população que continuam sem emprego por não estarem procurando ativamente por uma vaga de trabalho nas últimas 4 semanas, portanto, não contabilizados como desempregados.

A taxa de participação da força de trabalho apresentou leve alta de 0,1 p.p. ficando em 62,3% em fevereiro, ficando 1,1 p.p. abaixo do número observado no pré-pandemia. Além disso, a razão entre o número de empregados e a população em idade ativa (employment-population ratio) apresentou elevação de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior alcançando o patamar de 59,9%, contudo, segue 1,3 p.p. abaixo do nível pré-Covid. Embora tenhamos observado uma significativa melhora nos indicadores da pandemia ao longo do mês de fevereiro, a força de trabalho segue se recuperando de maneira lenta devido à antecipação da aposentadoria por parte da população mais velha; queda nas taxas de imigração; e da manutenção de uma parcela de trabalhadores fora da força de trabalho por conta do receio em relação à pandemia e desafios em relação a cuidados infantis (childcare).

A média de ganhos salariais por hora aumentou US$ 0,01 chegando ao nível de US$ 31,58 acumulando onze meses de altas seguidas. Em 12 meses, o salário médio por hora aumentou 5,1%, ficando abaixo da expectativa de mercado de alta de 5,8%. Embora a alta salarial tenha vindo abaixo do consenso, os dados seguem apontando que o mercado de trabalho segue bastante aquecido o que tende a manter a pressão altista sob os salários nos EUA.

Houve revisões nos números de dezembro e janeiro que, ao todo, adicionaram 92 mil vagas de emprego no período. O número de dezembro foi revisado de 510 mil para 588 mil, já o número de janeiro passou de 467 mil para 481 mil.

Os números de fevereiro serão a última leitura dos dados de mercado de trabalho antes da reunião do Banco Central americano que ocorrerá nos dias 15 e 16 de março. Nesse sentido, os fortes números de criação de empregos e de queda na taxa de desocupados reforçam a necessidade de aumento na taxa de juros nos EUA, mesmo diante da invasão da Ucrânia, que tende a desacelerar o crescimento global em 2022. O superaquecimento da economia e os desarranjos no mercado de trabalho vêm pressionando a inflação americana e, nesse contexto, avaliamos que o Fed anunciará aumento de 0,25 p.p. na taxa básica de juros, dando início ao processo de normalização da política monetária.

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