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Publicado em 03 de Junho às 12:22:37

Payroll (mai/22): Criação de empregos surpreende, mas desemprego fica estável em maio

Em maio, houve criação líquida de 390 mil empregos em setores não agrícolas (Nonfarm Payroll), ante um resultado revisado (-30 mil) de 398 mil vagas em março. O resultado veio melhor que o aguardado pelo mercado que tinha como expectativa a criação de 328 mil vagas de emprego no mês.

As contribuições positivas foram bastante disseminadas. Os destaques vão para os segmentos de serviços de lazer e hospitalidade; serviços profissionais e administrativos; e transporte e armazenagem. Em contrapartida, houve destruição de vagas de emprego no comércio varejista. Com este resultado, o número de empregados no setor não agrícola se encontra 822 mil, ou 0,5%, abaixo do nível observado em fevereiro de 2020.

Por sua vez, a taxa de desemprego ficou estável em relação ao mês anterior ao permanecer no patamar de 3,6%, resultado levemente pior do que o consenso de mercado que projetava uma taxa de desemprego retornando ao patamar observado antes da pandemia de 3,5%. O número de desocupados ficou praticamente estável na passagem de abril para maio em 6,0 milhões. Vale destacar que estas medidas se encontram próximas dos valores observados em fevereiro de 2020 (3,5% e 5,7 milhões, respectivamente).

Em maio, o número de desempregados a longo prazo (27 ou mais semanas) ficou recuou para 1,4 milhão. Esta medida se encontra 235 mil acima do patamar observado em fevereiro de 2020 e constitui 23,2% do total de desempregados no mês.

O número de indivíduos empregados a tempo parcial por razões econômicas aumentou em 295 mil, alcançando ao todo o patamar de 4,3 milhões, próximo do número observado em fevereiro de 2020 (4,4 milhões). Vale destacar que estas pessoas constituem a parcela da população que gostaria de ter um emprego em período integral, porém trabalham em escala parcial por conta de redução na jornada ou dificuldades de encontrar emprego de trabalho integral.

Além disso, o número de indivíduos fora da força de trabalho que querem um emprego ficou estável em 5,7 milhões. Esta medida ainda se encontra acima do nível observado durante o pré-pandemia (5 milhões). Estes indivíduos constituem a parcela da população que continuam sem emprego por não estarem procurando ativamente por uma vaga de trabalho nas últimas 4 semanas, portanto, não contabilizados como desempregados.

A taxa de participação da força de trabalho recuou 0,2 p.p. em relação à leitura do mês anterior ficando em 62,2%. Na mesma direção, a razão entre o número de empregos e a população em idade ativa (Employment-population ratio) recuou 0,1 p.p., ficando em 60,0%. Ambas medidas seguem 1,2 p.p. abaixo do nível observado no período que antecedeu a pandemia.

Os destaques positivos foram nos grupos de Lazer e Hospitalidade (+78 mil), com destaque para bares e restaurantes (+61 mil) que foram beneficiados pelo arrefecimento da pandemia; Indústria (+55 mil); e Transporte e Armazenagem (+52 mil).

A média de ganhos salariais por hora aumentou US$ 0,10 chegando ao nível de US$ 31,85 acumulando doze meses de altas seguidas. Em 12 meses, o salário médio por hora aumentou 5,5%, ficando em linha com o consenso de mercado.

Houve revisões nos números de fevereiro e março que ao todo, retiraram 39 mil vagas de emprego no período. O número de fevereiro foi revisado de 750 mil para 714 mil, já o número de março passou de 431 mil para 428 mil.

O resultado do mês sugere que o mercado de trabalho americano segue bastante sólido com uma forte demanda por trabalhadores. O descasamento entre oferta e demanda por mão de obra, que vem sendo responsável pelos aumentos salariais nos últimos meses, tende a ser agravado pela leve queda na taxa de participação na passagem de março para abril. Este fato deve fazer aumentar a disputa entre os empregadores pela mão de obra disponível, mantendo a trajetória de alta do salário médio por hora nos próximos meses. Entretanto, vale destacar que, mesmo diante de uma elevação significativa no salário em 12 meses, esta ainda se encontra abaixo da inflação americana, portanto, representando uma queda do salário em termos reais, corroendo o poder de compra do consumidor. Este fato deve continuar contribuindo para a mudança no perfil de consumo do americano, que vem sendo observado nos últimos meses com a substituição do consumo de bens para serviços.

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