Em novembro, houve criação líquida de 210 mil empregos em setores não agrícola (Nonfarm Payroll), ante um resultado revisado de 546 mil em outubro. O resultado veio abaixo da expectativa mediana de mercado que aguardava a criação de 573 mil postos de trabalho.
As principais contribuições positivas foram nos segmentos de serviços profissionais e administrativos; transporte e armazenamento; construção; e na manufatura. Por outro lado, observamos uma queda no varejo.
Na passagem de outubro para novembro, a taxa de desemprego recuou 0,4 p.p. atingindo o patamar de 4,2%, surpreendendo positivamente o mercado que tinha o consenso de uma taxa de 4,5%. No mesmo período, o número de desempregados recuou em 542 mil alcançando ao todo um número de 6,9 milhões de desempregados.
O resultado de novembro representa uma melhora significativa em relação aos números observados entre fevereiro e abril de 2020, período marcado pelo início da crise sanitária. Porém, estes ainda se encontram acima dos valores observados no período pré-Covid em que vigorava uma taxa de desemprego de 3,5% e um número total de desempregados de 5,7 milhões.
Os destaques positivos foram nos grupos de serviços profissionais e administrativos (+90 mil); transporte e armazenagem (+50 mil); construção (+31 mil); e na manufatura (+31 mil).
Por outro lado, o destaque negativo ficou para o setor do varejo que registrou queda de 20 mil no número de empregados no segmento.
Em outubro, o número de desempregados a longo prazo (27 ou mais semanas) recuou em 136 mil alcançando o nível de 2,2 milhões no mês. Este número constitui 32,1% do total de desempregados em novembro, sendo superior em 1,1 milhão em relação ao número de fevereiro de 2020.
A taxa de participação da força de trabalho avançou 0,2 p.p. em relação ao mês de outubro ficando em 61,8%, entretanto, segue 1,5 p.p. abaixo do nível pré-pandemia. Vale ressaltar que este número tem mostrado uma certa estabilidade, uma vez que permanece entre o intervalo de 61,4% a 61,8% desde junho de 2020. Além disso, a razão entre o número de empregados e a população em idade ativa (employment-population ratio) apresentou elevação de 0,4 p.p. em relação ao mês anterior alcançando o patamar de 59,2%, contudo, também segue abaixo da taxa observada em fevereiro de 2020 (61,1%).
O número de indivíduos empregados a tempo parcial por razões econômicas permaneceu estável em 4,3 milhões. Estas pessoas constituem a parcela da população que gostaria de ter um emprego em período integral, porém trabalham em escala parcial por conta de redução na jornada ou dificuldades de encontrar emprego de trabalho integral. O número total de empregados em período parcial se encontra no mesmo nível de fevereiro de 2020.
Além disso, o número de indivíduos fora da força de trabalho que querem um emprego ficou estável em 5,9 milhões em novembro, entretanto, segue 849 mil acima do nível observado antes do início da crise sanitária. Estes indivíduos constituem a parcela da população que continuam desempregados por não estarem procurando ativamente por um emprego nas últimas 4 semanas.
A média de ganhos salariais por hora aumentou US$ 0,08 chegando ao nível de US$ 31,03 acumulando oito meses de altas seguidas. Em 12 meses, o salário médio por hora aumentou 4,8%. Os dados de mercado de trabalho sugerem que o descasamento entre demanda e oferta de mão-de-obra atua como um importante fator para a alta dos salários nos EUA.
Houve revisões que ao todo adicionaram uma criação de 82 mil vagas para os meses de setembro e outubro. Para o primeiro, houve um aumento de 67 mil vagas passando de 312 mil para 379 mil. Para o último, houve um acréscimo de 15 mil vagas fazendo com o valor revisado de setembro ficar em 546 mil vagas.