A renda pessoal (personal income) avançou 0,2% m/m (US$ 47,0 bilhões) em julho, vindo pior que o consenso de mercado que tinha como projeção expansão de 0,6% m/m. Já a renda pessoal disponível (disposable personal income) desacelerou 0,5 p.p. em relação ao mês de junho ao avançar 0,2% m/m (US$ 37,6 bilhões) no período. Por fim, os gastos com consumo pessoal (personal consumption expenditures) tiveram um desempenho próximo à estabilidade ao avançar 0,1% m/m, vindo pior do que a mediana das projeções de mercado que era de expansão de 0,6% m/m.
Em termos reais, a renda pessoal disponível avançou 0,3% m/m em julho, enquanto os gastos com consumo pessoal apresentaram alta de 0,2% m/m, vindo pior do que o consenso de mercado que projetava avanço de 0,4% m/m. Este resultado decorre da queda dos preços dos combustíveis que permitiu um aumento do consumo discricionário das famílias no mês de julho, entretanto, o resultado veio pior que o esperado, sinalizando que o elevado nível inflacionário segue erodindo a renda das famílias.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE price index) apresentou deflação no mês (-0,1% m/m), vindo melhor que o consenso de mercado que tinha como projeção uma inflação estável em julho (0,0% m/m). O resultado refletiu o avanço de 1,3% m/m nos preços de alimentos ter sido compensado por uma forte queda de 4,8% m/m nos preços de energia no período. Por sua vez, o núcleo (excluí alimentos e energia) avançou 0,1% m/m, vindo melhor que a expectativa mediana de mercado que era de 0,2% m/m. Em 12 meses, o índice headline recuou 0,5 p.p. em relação ao mês anterior, acumulando alta de 6,3% no período. Este resultado, reflete os aumentos de 11,9% dos preços de alimentos e de 34,4% nos preços de energia. Por fim, o núcleo acumulou alta de 4,6% a/a, vindo melhor que o consenso de mercado que era de 4,7% a/a.
O aumento de US$ 23,7 bilhões nos gastos com consumo pessoal em valores correntes refletiu o avanço de US$ 33,3 bilhões nos gastos com serviços ter sido parcialmente compensado pela contração de US$ 9,6 bilhões nos gastos com o consumo de bens. Entre os gastos com serviços, os destaques vão para os gastos com habitação, utilities e viagens internacionais. Entre os gastos com o consumo de bens, as principais pressões baixistas vieram dos gastos com consumo de gasolina e outros combustíveis, que refletiram a queda dos preços dos combustíveis que vem se beneficiando do arrefecimento do preço do barril do petróleo diante do aumento do risco de recessão global.
As despesas pessoais avançaram US$ 27,0 bilhões em julho. A poupança pessoal ficou em US$ 932 bilhões no período, de modo que, a taxa de poupança pessoal como proporção da renda disponível ficou estável em 5,0% na passagem de junho para julho.