A renda pessoal (personal income) avançou +0,4% (US$ 90,4 bilhões) em novembro, ficando em linha com as expectativas do mercado. Além disso, a renda pessoal disponível (disposable personal income) também apresentou alta de +0,4% (US$ 70,4 bilhões) e os gastos com consumo pessoal (personal consumption expenditures) aumentaram em +0,6% (US$ 104,7 bilhões), também ficando em linha com o consenso de mercado.
Em termos reais, a renda pessoal disponível recuou +0,2% em novembro, enquanto isso os gastos com consumo pessoal avançaram menos de +0,1%. Este resultado decorreu da alta nos gastos com serviços (+0,5%) ter sido freada pelo recuo de -0,8% nos gastos com bens.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE price index) apresentou leve desaceleração em relação ao mês de outubro (+0,7%) ao avançar +0,6% na margem, entretanto, este resultado ficou um pouco abaixo da expectativa de mercado (+0,7%). Por sua vez, o núcleo (excluí alimentos e energia) avançou +0,5% no mesmo período ficou ligeiramente acima da mediana das projeções de mercado (0,4%). Em 12 meses, o aumento foi de +5,7% para o índice headline e +4,7% para o núcleo. No interanual, os destaques vão para os preços da energia e de alimentos que aumentaram +34,0% e +5,6%, respectivamente.
O comunicado ressalta que as estimativas de renda e despesas para novembro refletiram os contínuos efeitos do impacto da pandemia. Ademais, justifica-se o aumento da renda pessoal no mês, principalmente, por conta do aumento de salários no setor privado e por conta do recebimento benefícios sociais governamentais. Este aumento de renda foi parcialmente compensado pela redução dos pagamentos de benefícios sociais por parte do governo (benefícios de seguro-desemprego).
O aumento de US$ 104,7 bilhões nos gastos de consumo pessoal em valores correntes refletiu os aumentos de US$ 97,4 bilhões no gasto com serviços e US$ 7,4 bilhões em bens. No que diz respeito aos gastos com serviços, o aumento dos gastos foi bastante disseminado puxado, principalmente, por gastos com habitação e serviços públicos. Em relação aos gastos com bens, o aumento nos gastos com bens não duráveis (principalmente, gasolina) foi parcialmente compensada pela queda no consumo de bens duráveis (recreativos e automóveis).
Vale destacar que a desaceleração nos gastos com consumo, sobretudo, de bens ocorre em meio a um significativo recrudescimento da pandemia nos EUA. Além disso, muitos compradores anteciparam as compras de fim de ano para meses anteriores com receio de que houvesse escassez de produtos próximos às festas de fim de ano, o que explica a forte aceleração dos gastos em outubro e a desaceleração em novembro.
As despesas pessoais aumentaram US$ 106,3 bilhões em novembro. A poupança pessoal recuou em relação ao mês de outubro (US$ 1,29 trilhão) ao ficar em US$ 1,25 trilhão de dólares. Por fim, a taxa de poupança pessoal como proporção da renda disponível recuou de +7,1% no mês anterior para +6,9%.
Vale destacar que os gastos com consumo seguem avançando mesmo diante do recrudescimento da pandemia e um elevado processo inflacionário. Avaliamos que, mesmo diante de um cenário mais adverso, a população americana se beneficia dos aumentos salariais decorrentes de desbalanços no mercado-de-trabalho e por conta das finanças das famílias que se encontram em uma situação bastante saudável após várias rodadas de estímulos governamentais que contribuíram para a formação de uma poupança robusta.