A renda pessoal (personal income) avançou menos de 0,1% (US$ 9,0 bilhões) em janeiro, melhor que a mediana das expectativas de mercado que projetava um recuo de 0,3%, diante do forte recrudescimento da pandemia. Além disso, a renda pessoal disponível (disposable personal income) apresentou alta de 0,1% (US$ 19,8 bilhões) e os gastos com consumo pessoal (personal consumption expenditures) avançaram 2,1% no mês (US$ 337,2 bilhões), superando as expectativas de expansão de 1,6% no período.
Em termos reais, a renda pessoal disponível recuou 0,5% em janeiro, enquanto isso os gastos com consumo pessoal avançaram 1,5%. Este resultado refletiu o avanço de 4,3% no consumo de bens, enquanto o consumo de serviços teve alta mais modesta de 0,1%.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE price index) apresentou leve aceleração em relação ao mês de dezembro (0,5%) ao avançar 0,6% na margem. Por sua vez, o núcleo (excluí alimentos e energia) avançou 0,5% no mesmo período, ficando em linha com o consenso de mercado. Em 12 meses, o índice headline acumulou alta de 6,1%, ao acelerar 0,3 p.p. em relação à leitura anterior. Já o núcleo acumulou alta de 5,2%, o maior patamar desde abril de 1983.
O comunicado ressalta que as estimativas de renda e despesas para janeiro refletiram os contínuos efeitos que a pandemia tem sob a economia. O recrudescimento da pandemia no mês desencadeou a manutenção de restrições e de interrupções das operações de diversos estabelecimentos em várias partes do país. Ademais, justifica-se o aumento da renda pessoal no mês de janeiro refletiu o aumento nos salários tanto no setor privado quanto governamental. Este aumento de renda foi parcialmente compensado pela queda dos pagamentos de benefícios sociais governamentais, refletindo o encerramento dos programas de assistência relacionados à pandemia.
O aumento de US$ 337,2 bilhões nos gastos com consumo pessoal em valores correntes refletiu o crescimento de US$ 285,4 bilhões nos gastos com bens e US$ 51,8 bilhões com serviços. No que diz respeito aos gastos com bens, os aumentos foram bastante disseminados, com destaque para o gasto com veículos e outros bens não duráveis e recreativos. Para serviços, o destaque foi o aumento nos gastos com habitação e serviços públicos.
Vale destacar que a aceleração dos gastos com consumo, sobretudo com bens, ocorreu em meio a um significativo avanço no número de casos de Covid-19 e de um elevado nível inflacionário. Ressaltamos que no mês de janeiro, a inflação americana atingiu o maior patamar em quase quatro décadas, sendo um importante fator de corrosão do poder de compra, influenciando a decisão de consumo dos americanos. Portanto, o aumento dos gastos com consumo pessoal no período, aponta para resiliência da economia americana, beneficiada pelo movimento de alta de salários e boa saúde financeira das famílias, beneficiadas pelos programas de estímulo governamentais durante a pandemia.
As despesas pessoais avançaram US$ 342,2 bilhões em janeiro. A poupança pessoal recuou em relação ao mês de dezembro (US$ 1,49 trilhão) ao ficar em US$ 1,17 trilhão em janeiro. Por fim, a taxa de poupança pessoal como proporção da renda disponível recuou de 8,2% para 6,4%, diante da forte expansão dos gastos pessoais em janeiro.