A renda pessoal (personal income) avançou 0,5% m/m (US$ 113,4 bilhões) em maio, ficando em linha com o consenso de mercado. A renda pessoal disponível (disposable personal income) avançou na mesma magnitude ao crescer em US$ 96,5 bilhões no mês. Por fim, os gastos com consumo pessoal (personal consumption expenditures) avançaram 0,2% m/m (US$ 32,7 bilhões), ficando abaixo do consenso de mercado que aguardava por uma expansão de 0,4% m/m.
Em termos reais, a renda pessoal disponível recuou 0,1% m/m em maio, enquanto isso os gastos com consumo pessoal recuaram em maior magnitude (-0,4% m/m) surpreendendo o mercado que tinha como expectativa contração de -0,3% m/m. Este foi o primeiro recuo dos gastos com consumo pessoal ajustados pela inflação no ano, sinalizando que a inflação persistente tem afetado o orçamento das famílias americanas.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE price index) apresentou aceleração na margem ao passar de 0,2% m/m em abril para 0,6% m/m em maio, vindo um pouco melhor que as expectativas de mercado que aguardavam por um avanço de 0,7% m/m. Por sua vez, o núcleo (excluí alimentos e energia) apresentou pelo quarto mês consecutivo expansão de 0,3% m/m na margem, também vindo 0,1 p.p. melhor que a projeção de mercado. Em 12 meses, o índice headline ficou estável em relação ao mês anterior ao acumular alta de 6,3% a/a. Os destaques vão para os aumentos de 35,8% no índice de preços de energia e 11,0% nos preços de alimentos. Já o núcleo, desacelerou em relação a leitura anterior ao acumular alta de 4,7%, vindo melhor que o consenso de mercado de 4,8%.
O aumento de US$ 32,7 bilhões nos gastos com consumo pessoal em valores correntes refletiu o crescimento de US$ 76,2 bilhões nos gastos com serviços ter sido parcialmente compensado pela queda de US$ 43,5 bilhões nos gastos com bens. Entre os gastos com serviços, os destaques vão para os aumentos nos gastos com habitação e utilities;outros serviços, liderados por viagens internacionais; e serviços de saúde. Já a redução nos gastos com bens teve como destaque o recuo nos gastos com veículos e partes.
A significativa desaceleração dos gastos com consumo pessoal em termos nominais surpreendeu negativamente o mercado, sinalizando que o segundo semestre de 2022 deve ser marcado por um forte arrefecimento do consumo das famílias e, consequentemente, de toda a economia americana. Além disso, os dados apontam que a inflação vem impactando negativamente tanto o consumo de bens quanto de serviços aumentando o risco de uma desaceleração mais forte do que a antecipada pelo mercado.
As despesas pessoais avançaram US$ 38.3 bilhões em abril. A poupança pessoal avançou em relação ao mês de abril (US$ 948,0 bilhões) ao alcançar o patamar de US$ 1006,2 bilhões, de modo que, a taxa de poupança pessoal como proporção da renda disponível saiu de 5,2% para 5,4% no mesmo período.