Atualizações sobre o mundo cripto

Publicado em 04 de Outubro às 15:02:12

A Ethereum Evoluiu, mas o “Merge” é só a ponta do Iceberg🧊

A Ethereum evoluiu. Agora é rumo ao lv3!

Com o Merge concluído, passamos a olhar mais para quais são os próximos passos de desenvolvimento da Ethereum.

Quanto mais nos aprofundamos, mais fica claro que o Merge é a ponta de um iceberg. O nome desse iceberg é um só: escalabilidade.

As próximas atualizações devem aprofundar ainda mais no tema, possibilitando o menor armazenamento de dados por validadores e criando otimizações para incentivar a popularização das soluções de segunda camada. 

O aumento da escalabilidade da Ethereum, que deve ser observado com a queda das taxas de transação e aumento da velocidade da rede, devem melhorar a usabilidade, atraindo usuários.

Os usuários, por sua vez, devem atrair desenvolvedores em busca de um mercado consumidor. A dinâmica cria um ciclo virtuoso, conhecido como efeito rede, no qual quanto mais consumidores um produto tiver, maior será sua demanda, tanto de fornecedores quanto de usuários. 

O efeito rede cria barreiras de entrada relevantes para concorrentes, que dificilmente conseguem criar incentivos suficientes para atrair os usuários e fornecedores. Esse conceito é mais comum do que parece, e pode ser observado também em mercados tradicionais.

O Google e Uber são casos de negócio que possuem efeito rede. Em ambos os casos, o grande número de usuários atrai fornecedores, e vice-versa. Não à toa, tanto o Google, quanto o Uber surfam quase sozinhos o mercado em que atuam.  

É difícil cravar que as vantagens do modelo de negócio do Google e Uber devem se repetir com a Ethereum no longo prazo.

No entanto, os próximos passos no desenvolvimento da rede podem ser determinantes para materializar essa tese. Se for o caso, provavelmente a Ethereum será a blockchain líder em infraestrutura descentralizada, o que esperamos que se reflita no preço do token da rede, o Ether. 

Merge (Ethereum) passou, e agora? 

Após ser adiada múltiplas vezes, nesta semana finalmente a atualização da rede da Ethereum The Merge foi concluída com sucesso.

A atualização muda o modelo de validação das transações de prova de trabalho (PoW) para prova de participação (PoS). Como primeiro efeito, a atividade de mineração, que ocorre no mecanismo PoW, foi interrompida.

Por utilizarem energia elétrica para fazer a validação, o fim da atuação dos mineradores deve reduzir o consumo de energia elétrica da Ethereum em mais de 99.9%. Além disso, a atualização diminui a emissão de novos ETHs em cerca de 90%. 

O Merge era especialmente relevante, pois a mudança do formato de validação, com a rede em funcionamento, é quase que como “trocar os pneus com o carro andando”.

Apesar da enorme expectativa para o evento, o Merge é somente uma das etapas de um extenso cronograma de atualizações da Ethereum. As próximas etapas, que não necessariamente serão ordenadas, são: o Surge, o Verge, o Purge e o Splurge.  

O Surge consiste na adoção do sharding à rede da Ethereum, que funciona mais ou menos como uma subdivisão da rede em “mini-blockchains”. O sharding beneficiará soluções de segunda camada, reduzirá custos de rollups e facilitará que usuários se tornem validadores. Olhando pela ótica do usuário da Ethereum, as transações na rede deverão ficar mais rápidas. 

O Verge implementará as verkle trees. Essa atualização deve otimizar o histórico de dados, permitindo ao validador da rede armazenar menos dados. O efeito prático da mudança deve ser uma melhora na segurança da rede. Com menos necessidade de armazenamento de dados se torna mais fácil a entrada de novos validadores, beneficiando a descentralização. Com um propósito semelhante, o Purge deverá limpar o histórico antigo da rede.  

Por último, o Splurge deverá ser a atualização responsável por fazer ajustes finos, garantindo que mudanças anteriores funcionem sem problemas. As atualizações na Ethereum não solucionam sozinhas os problemas de escalabilidade da rede, geralmente refletidos nas altas taxas e lentidão das transações. Neste sentido, as soluções de segunda camada também devem ter um papel fundamental

As soluções de segunda camada se referem a uma rede ou tecnologia que funciona acima de uma blockchain para melhorar a escalabilidade e eficiência. Dentre as soluções de segunda camada, os rollups tem ganhado destaque. Esse tipo de solução permite validar múltiplas transações e enviá-las para a rede resumidas.  

Os rollups podem ser do tipo otimista ou “zero knowledge”. A diferença entre eles é que ao fazer uma transação através de uma solução de rollup otimista, a rede pressupõe a integridade da transação. No entanto, há um período para que a transação possa ser acusada como maliciosa pelos validadores antes de o registro ser enviado para a rede principal. Nas soluções de rollup zero knowledge, todas as transações são necessariamente validadas antes de serem adicionadas à blockchain. 

Naturalmente, por serem mais complexos, os rollups zero knowledge são menos comuns hoje em dia. Por outro lado, seu potencial é transformacional. Além de melhorarem a escalabilidade, os rollups zero knowledge possuem ferramentas de privacidade, permitindo que a validação das transações seja feita sem que os dados sejam revelados para o validador. 

Mundo cripto: o que mais aconteceu na semana? 

Além do Merge, que inegavelmente foi o principal assunto da semana, o mercado cripto voltou a citar o nome de Do Kwon, co-fundador do ecossistema da Terra-Luna.

Um tribunal em Seul teria emitido um mandado de prisão para Do Kwon e outras 5 pessoas. De acordo com a promotoria na Coreia do Sul, o co-fundador da Terra-Luna enfrenta acusações de violação da lei de mercado de capitais do país. Em maio, uma grande venda fez com a stablecoin UST perdesse a paridade com o dólar, gerando um colapso no ecossistema Terra-Luna.

O UST era a principal stablecoin do ecossistema, sendo utilizada em protocolos de empréstimos e alavancagem. 

Por mais que já tenha sido um assunto finalizado e que não deve ter novos impactos no preço dos principais criptoativos, o colapso da Terra-Luna foi um dos estopins para a queda do mercado cripto este ano. O assunto deverá ter mais repercussão regulatória, já que cada vez mais se discute o papel de stablecoins e como assegurar o seu lastro. 

Análise de Mercado para Cripto

Olhando mais no curto prazo para os principais criptoativos, o cenário macroeconômico continuou pesando nas cotações. A persistência da inflação global pode fazer com que o FED tenha que elevar mais as taxas de juros do que as expectativas iniciais, reduzindo a atratividade de ativos de risco. A narrativa macro vem fazendo com que a correlação entre o mercado cripto e ativos de risco tradicionais, como bolsas, se mantenha elevada. Historicamente essa correlação é baixa. 

Jogando ainda mais lenha na fogueira, na última semana foram divulgados os dados da inflação americana de agosto, com uma nova leitura negativa. O índice de preços ao consumidor americano (CPI) avançou 0,1% m/m em agosto, vindo pior do que o esperado pelo consenso de mercado, cuja projeção era de queda de -0,1% m/m no período. 

Assim como temos observado nos últimos meses, acreditamos que a narrativa macroeconômica deve continuar dominando a precificação dos criptoativos, podendo postergar uma recuperação do mercado. O cenário conturbado no curto prazo pode não ser tão favorável para uma alocação tática neste momento. 

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