A primeira geração da internet, conhecida como web 1.0, continha principalmente páginas estáticas de texto e imagens, que permitiam um baixo grau de interação dos consumidores com os conteúdos. A segunda geração da internet, denominada web 2.0, é a que estamos habituados a usar hoje. A web 2.0 ficou caracterizada pelos aplicativos, redes sociais, plataformas de comércio eletrônico e serviços de mensagens instantâneas. De maneira geral, a web 2.0 passou a permitir um maior grau de interação dos usuários com as páginas, possibilitando que passassem a disponibilizar suas informações e até mesmo criar os conteúdos. Por demandar um fluxo de dados muito maior, os serviços de armazenamento em nuvem foram indispensáveis para o sucesso da web 2.0. Com serviços de nuvem, os criadores dos sites e apps não precisavam de espaço físico próprio para manter seus servidores e ganharam escala, podendo ampliar muito a coleta e uso de dados. Utilizando o serviço de nuvem, o servidor passa a ser localizado em uma empresa terceira.
Apesar da infraestrutura do armazenamento em nuvem ser uma das principais responsáveis pela web 2.0, grande parte do valor econômico deste período da internet está concentrado nas aplicações. Na prática, as empresas viabilizadas pelos serviços de nuvem da Amazon e Google, concentram mais valor econômico do que a própria Amazon e Google. Acreditamos que o mesmo pode ocorrer com a web 3.0, a nova geração da internet. Caso se repita, o fenômeno criará uma grande oportunidade, já que grande parte do valor da web 3.0 ainda está concentrado em soluções de infraestrutura, como na Ethereum, BSC, Cardano e Solana. Elas são blockchains de contratos inteligentes, que permitem a criação de múltiplas aplicações.
A web 3.0 é uma ideia que incorpora à internet atual conceitos como descentralização e inteligência artificial. Por serem ferramentas indispensáveis para a descentralização, as blockchains são complementares ao conceito de web 3.0. As interações da nova internet passariam a ser verificadas pelos validadores das blockchains, que também armazenariam o histórico da rede, substituindo os serviços de nuvem que utilizamos atualmente. As vantagens desse modelo vão desde a maior transparência da internet e redução de fraudes, até a verdadeira propriedade de material digital.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
O caso FTX aparenta estar caminhando para julgamento. Nessa semana, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), foi libertado sob fiança de US$ 250m depois de ser extraditado para os EUA. Ele é obrigado a permanecer na casa de seus pais na Califórnia enquanto aguarda o julgamento. A extradição de Sam ocorreu logo depois que Caroline Ellison e Gary Wang, ex-executivos da Alameda Research, declararam-se culpados de fraude. O acordo judicial fornecido aos dois executivos pode ter dado início a um verdadeiro dilema do prisioneiro para Sam. Especula-se que o ex-CEO aceitou ser extraditado temendo as informações que seus ex-sócios pudessem revelar.
Deixando de lado o meio judicial, vale destacar a integração de um novo recurso para investidores cripto na plataforma de mídia social, Twitter. A plataforma adicionou um novo recurso que permite aos seus usuários pesquisar o preço do Bitcoin e do Ether simplesmente digitando os termos no campo de pesquisa da plataforma. O recurso de pesquisa de preço foi feito em parceria com a Robinhood.
Análise de Mercado
Neste final de ano, não há muita novidade em relação à movimentação dos mercados. Como temos mencionado nas edições passadas, o movimento de mercado vai continuar dependente da situação econômica americana. Os principais dados a serem observados serão os dados de inflação e do mercado de trabalho, pois servirão como termômetro para possibilidade de encerramento, ou mudança de ritmo, do aperto monetário promovido pelo Federal Reserve.
Os mercados de ativos de risco, que incluem cripto, deverão reagir positivamente caso a inflação passe a dar indícios de que está sob controle. Entretanto, os baixos números dos dados de gastos de consumo pessoal em dezembro podem indicar o início da desaceleração da economia americana. As métricas mais precisas como intensidade, magnitude e duração da contração econômica devem passar a ser melhor estimadas somente em 2023.
Análise Técnica
A semana passada começou com uma queda de preço do Bitcoin (BTC) para cerca de US$ 16,3k, que se tornou a posição mais baixa do BTC nas últimas três semanas. No entanto, o ativo recuperou a desvalorização sofrida e voltou a ser negociado no patamar de US$ 16,8k.
O BTC permanece com baixa volatilidade e pouco volume de negociação, tendo retornado para a região de congestão delimitada pela resistência direta em US$ 17,3k, reforçada também pela Média Móvel Exponencial de 50 períodos, e suporte em US$ 15,6k. O falso rompimento acima da região de congestão na semana passada indicou a falta de volume comprador no curto prazo.
Devemos ressaltar que a baixa volatilidade do Bitcoin costuma preceder grandes movimentos de preço e, dadas as condições macroeconômicas, acreditamos que há a possibilidade de um rompimento para baixo. A chance de recessão da economia americana nos faz crer que os suportes discriminados abaixo ainda podem ser alcançados.
Próximas Resistências: 17.200,00/ 18.100,00 / 18.700,00
Próximos Suportes: 15.600,00 / 14.700,00 / 13.300,00
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