Os seres humanos estão passando cada vez mais tempo conectados, seja para trabalhar, para comunicação ou simplesmente por entreterimento. Com o aumento da atividade online, o conceito de propriedade digital tem se tornado cada vez mais importante. Hoje em dia muitos bens e serviços já são adquiridos e consumidos de forma digital, incluindo música, filmes, livros, jogos e até mesmo imóveis. O aumento do comércio online cria uma demanda crescente pela autenticidade e comprovação da propriedade dos bens digitais, problema que os NFTs procuram resolver.
Os NFTs são contratos digitais registrados em blockchain. A blockchain permite que cada transação envolvendo o ativo seja validada pela rede e o histórico de transações armazenado pelos validadores. Os NFTs têm um propósito semelhante ao que conhecemos pelos cartórios atualmente, mas ao invés de depender de um registro físico e centralizado, são feitos de uma forma digital e descentralizada. Na prática, os NFTs diminuem o risco de falsificação e perda dos registros, melhoram a agilidade e diminuem o custo do processo e aumentam a flexibilidade do ativo registrado.
Após a criação, o NFT passa a estar registrado em uma rede global e que funciona 24 horas. Além disso, a facilidade de acesso ao histórico e veracidade dos dados possibilita a negociação rápida e segura dos ativos através de aplicações integradas à blockchain. A facilidade de negociação dá maior liquidez a ativos como imóveis e obras de arte, que usualmente demoram mais para serem vendidos dada burocracia envolvida. Dentre outras operações, a maior liquidez pode gerar um grande destrave de valor para garantias em empréstimos, pois os credores passam a ter mais facilidade para vender as garantias em caso de inadimplência. Atualmente, caso um cliente não pague um empréstimo imobiliário, por exemplo, o banco muitas vezes precisa recorrer a um leilão para vender o imovél, um processo demorado e que sujeita o banco a volatilidade do mercado imobiliário.
Na nossa avaliação a tecnologia por trás das NFTs é uma tendência irreversível, em função das vantagens dos registros de propriedade via blockchain, da maior liquidez dos ativos registrados, do destrave de valor em crédito e da gradativa digitalização. Mesmo que estejamos passando por um mercado de baixa, acreditamos que há muito potencial em NFTs. Na nossa avaliação, a melhor alternativa para capturar o valor desta tecnologia é investir nos tokens nativos das redes onde os registros ocorrem. Os tokens deverão ter uma demanda crescente para o pagamento de taxas, necessárias para qualquer interação com a blockchain.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
Nesta semana o tema de NFTs voltou às manchetes após o lançamento dos colecionáveis digitais do ex-presidente americano, Donald Trump. A coleção de Trump conta com 45 mil artes únicas, que foram vendidas ao preço de US$ 99 cada, com benefícios que vão desde uma vídeo-chamada, até um jantar com o polêmico republicano.
No mercado cripto de maneira geral, presenciamos uma degradação na confiança de algumas corretoras centralizadas. O motivo foi a notícia de que a empresa de auditoria Mazars suspendeu todos os trabalhos no mercado de criptoativos, incluindo as auditorias das provas de reserva da Binance, KuCoin e Crypto.com. A justificativa para a suspensão das atividades foi a preocupação com a percepção pública em relação às provas de reservas. Como resultado, os saques nas corretoras centralizadas se intensificaram, ultrapassando US$ 7,2 bilhões na Binance somente na última semana. Julgamos imprescindível que as corretoras envolvidas tomem medidas para garantir a confiança dos investidores e esclarecer qualquer preocupação com relação às suas reservas.
Análise de Mercado
O mercado de criptoativos reagiu positivamente aos dados de inflação americana de novembro, que veio 0,2 pp abaixo das expectativas pela segunda medição subsequente. O arrefecimento da inflação e a expecativa de desaceleração da economia poderiam sinalizar um topo de ciclo de elevação de juros inferior pelo FED, beneficiando ativos de risco. No entanto, os ganhos de curto prazo foram revertidos após as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que afirmou que as taxas de juros devem se manter altas por um período prolongado, a fim de cumprir seu objetivo de controle da inflação. O FED elevou as taxas de juros em 50 bps, patamar já esperado pelo mercado.
Análise Técnica
A semana foi marcada pelo falso rompimento da região de congestão (suporte em U$15.550 e resistência em U$17.550). O BTC rompeu a resistência imediata em U$17.550 e a MME 50 em U$17.650, subindo até U$18.385, marcando o topo do movimento. Chamamos o rompimento de “falso”, porque dois dias depois o ativo voltou a trabalhar dentro da região de congestão, dando a falsa impressão da formação de movimento de alta. Esse padrão de rompimento falso é comum em grandes regiões de congestão.
Mencionamos na análise anterior que não enxergamos uma escalada do BTC no curto prazo devido à falta de credibilidade e ausência de volume comprador. Temos uma leitura técnica negativa para o ativo, com alvo no suporte imediato de U$15.500 que, caso superado, tenha como alvos subsequentes os suportes em U$14.350 e U$13.000. A probabilidade vem sendo construída para termos novamente uma grande região de congestão, muito parecida com as últimas, que duraram meses.
O Índice de Força Relativa – IFR 14- que mede a força da tendência, está na linha dos 40 pontos, indicando uma distribuição. Temos que monitorar os próximos movimentos para identificar rompimentos verdadeiros, pois o rompimento da congestão tanto para cima, quanto para baixo, pode gerar uma tendência.
ECI (Expresso Cripto Index)
Para ter acesso ao acompanhamento da nossa carteira cripto, inscreva-se aqui.