O cenário macroeconômico voltou a ser a principal preocupação do mercado cripto. O risco relacionado ao efeito dominó de liquidações resultantes da grande alavancagem do mercado aparenta ter sido mitigado.
Nesta quarta-feira, o Banco Central Americano (FED), decidirá sobre como lidará com a atual inflação de 9.1%. O mercado está aguardando um aumento de 75 bps na taxa de juros.
O Bitcoin (BTC) não conseguiu manter sua sequência semanal de valorização ao encontrar forte resistência no patamar de US$ 24k. Nos últimos 7 dias o BTC acumulou mais de 12% de desvalorização, retornando para sua recente zona de lateralização entre US$ 19k e US$ 22k.
Com a forte recuperação no mercado durante a semana, o índice de medo e ganância atingiu 34, seu valor máximo desde Abril/2022, entretanto, retornou para patamares tangentes ao nível de “medo extremo”. O sentimento de mercado melhorou em relação aos níveis mínimos do ano, mas ainda sinaliza preocupação entre os participantes do mercado.
A volatilidade do BTC retornou para níveis de Maio/2022, mas a métrica já sinaliza uma reversão. Os importantes anúncios provenientes do FED e a interpretação do mercado quanto à possibilidade de recessão deverão impactar diretamente na volatilidade dos ativos de risco e, consequentemente, no Bitcoin.
A taxa de interesse aberto (open interest) para negociação de contratos futuros de BTC continuam altas, indicando alta alavancagem. Essa alta alavancagem torna o mercado suscetível a liquidações de operações que estejam apostando na alta, ou na baixa do mercado, conhecidas como long e short squeeze.
Long squeeze é uma situação em que os investidores que mantêm posições compradas (apostando na valorização do ativo) sentem a necessidade de vender em um mercado em queda para limitar suas perdas. Essa pressão para vender geralmente leva a uma queda adicional nos preços de mercado. O short squeeze ocorre de maneira oposta, com posições vendidas (apostando na queda do ativo) que precisam ser recompradas em um mercado de alta.
A receita diária dos mineradores de BTC retornou para cima da casa dos US$ 20m. Aumento de cerca de 10% após atingir pouco menos de US$ 18m, menor valor do ano. A redução da receita da atividade de mineração colocou muitas empresas próximas da falência, portanto, esse aumento de receita deve permitir que as empresas com maquinário menos eficiente possam retomar sua operação.
O aumento da receita dos mineradores pode ser explicado também pela redução da dificuldade da rede, comentada no relatório da semana passada. Esse foi o maior ajuste negativo de dificuldade da rede do BTC em um ano, representando uma queda de 15% desde o topo histórico.
Podemos observar que o percentual de moedas que não foram transacionadas por pelo menos um ano, está em ascensão. Ou seja, o número de BTCs em posse de investidores de longo prazo está se aproximando do recorde histórico de 65%. Investidores de longo prazo são aqueles que não serão impactados tão facilmente com a variação de curto prazo no preço de negociação da criptomoeda.