DePin, sigla para Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas, é um setor que surge como uma inovação significativa no ambiente da web3, visando integrar ativos do mundo físico ao digital a partir da tecnologia blockchain. A indústria DePin abrange infraestrutura para armazenamento de dados, conectividade sem fio, computação, energia, coleta de dados entre outros. Esse conceito tem o potencial de transformar diversos setores ao possibilitar sistemas de infraestrutura que operam de maneira descentralizada, distribuindo dados sem a necessidade de um controle central, o que aumenta a eficiência e a segurança.
Apesar da narrativa estar esquentando em 2024, iniciativas como Filecoin e Helium já representam o setor em áreas como armazenamento de dados e conectividade wireless, enquanto áreas como processamento de dados, energia e coleta de dados seguem expandindo seus representantes. Estima-se que DePin possa adicionar até US$ 10 trilhões ao PIB global na próxima década, evidenciando seu impacto substancial e crescimento projetado.
No entanto, investir em projetos DePin implica certos riscos, considerando a natureza especulativa e a alta volatilidade do setor. Vários projetos DePin são lançados com uma estratégia que busca primeiro capturar a atenção do público e monetizar em etapas subsequentes, o que pode levar a desafios de sustentabilidade a longo prazo, como presenciado pela Helium. O sucesso desses projetos depende não apenas de uma adoção e crescimento comunitário, mas também de sua capacidade de gerar receita através dos dados coletados. A preocupação com a diluição de tokens e a possível depreciação de seu valor são aspectos cruciais para os investidores.
DePin pode não ser apenas uma moda passageira, em sua proposta de alteração da forma como entendemos e interagimos com as infraestruturas físicas e digitais. Entretanto, possivelmente viveremos um comportamento de euforia com as soluções existentes hoje. A possibilidade de inovação e os benefícios econômicos de longa duração posicionam o DePin como uma área promissora para o longo prazo, mas que enfrentará dificuldades em conseguir competir com páreos centralizados hoje. Assim como o setor de inteligência artificial, acreditamos que o investimento em ativos DePin deve ser visto como uma jogada de timing, aproveitando a euforia temporária que o mercado costuma construir sobre novas teses.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
Na última semana, a atividade na rede Solana superou a da Ethereum devido à alta demanda por memecoins da Solana. Isso levou a problemas na rede Solana, com muitos usuários relatando falhas nas transações. O aumento da atividade fez o preço do token SOL subir significativamente. Como resultado, SOL ultrapassou o token BNB para se tornar a quarta maior criptomoeda por capitalização de mercado.
Já no âmbito institucional, o otimismo com o setor de criptoativo levou o Fundo de Pensão do Governo do Japão (GPIF), gerenciando cerca de US$ 1,5 trilhão, a anunciar que está considerando incluir o Bitcoin em sua carteira de investimentos, juntamente com ouro e terras agrícolas. Esta iniciativa não garante um investimento imediato, sendo apenas uma pesquisa para diversificação de carteira.
Análise de Mercado
Os produtos de investimento em ativos digitais registraram uma saída semanal recorde de US$942 milhões, interrompendo uma sequência de sete semanas consecutivas de entradas que alcançaram US$12,3 bilhões. Essa mudança foi atribuída à hesitação dos investidores após um movimento de correção de quase 18% desde as máximas alcançadas em 14/mar. O Bitcoin liderou as saídas com US$904 milhões. O “sentimento negativo” foi percebido em várias regiões, com saídas significativas na Suécia, Suíça, Hong Kong e Alemanha, enquanto o Brasil e o Canadá registraram entradas durante o mesmo período. O Bitcoin dominou as movimentações com 96% do total das saídas, seguido por Ethereum, Solana e Cardano.
Na última semana também ocorreu a reunião do FOMC. Após a reunião o Federal Reserve manteve a previsão para três cortes de taxa de juros ainda esse ano, um anúncio dovish frente a possibilidade de redução para dois cortes diante do repique inflacionário de janeiro e fevereiro. A perspectiva é de que o Fed continue com sua política de redução das taxas de juros, buscando um pouso suave para a economia, apesar de alguns desafios como a persistência da inflação e a necessidade de ter um bom motivo para não iniciar o ciclo de cortes. A reação foi de alta nos títulos do governo, nas ações e nas criptomoedas.