Após subir até os US$ 48k, o BTC voltou a cair de maneira intensa retornando ao patamar dos US$ 40k. A queda foi resultado da deterioração do contexto macroeconômico, com alta inflação nos EUA, perspectivas de redução de liquidez global e elevação da curva de juros americana.
Os membros do Fed tem feito falas mais duras, sinalizando uma elevação maior e mais acelerada das taxas de juros. Além disso, o mercado foi impactado pela divulgação de novos dados de Inflação ao consumidor nos EUA (CPI) que aprestaram uma alta de 1,2% em março (vs. 0,8% em fev/22), 0,1 p.p. acima das expectativas do mercado. Nos últimos 12 meses a inflação americana acumulou alta de 8,5%, tendo sido a maior variação anual em 40 anos.
O mercado de ações americanas também tem sofrido com o cenário turbulento. A alta dos juros e redução do balanço do FED reduz a disponibilidade de capital e aumenta a atratividade de ativos de renda fixa. O cenário desfavorece investimentos em ativos de maior risco, como ações e criptomoedas.
Como resultado do cenário macro desafiador para ativos de risco, a correlação de 90 dias entre o Bitcoin (BTC) e o índice Nasdaq 100 apresentou mais uma elevação. Tradicionalmente, a correlação entre o Bitcoin e ativos tradicionais é baixa.
Medo no mercado
Com o Bitcoin batendo novamente na região dos US$ 40k o sentimento do mercado foi fortemente afetado. Na semana anterior o indicador Fear & Greed estava neutro, próximo a 53 pontos. Em 12/04 o indicador atingiu 20 pontos, marcando um medo extremo.
O índice Fear & Greed calcula o otimismo ou apreensão dos investidores em relação ao preço do Bitcoin com base na volatilidade, volume, atividade em redes sociais, dentre outras métricas. O índice varia de 0 a 100, indicando otimismo máximo a 100 e pessimismo máximo a 0.
Esse indicador pode ser um bom ponto para analisar possíveis pontos de compra ou venda do Bitcoin. Historicamente quando está em um ponto de otimismo extremo a moeda tende a desvalorizar e em um momento pessimista tende a valorizar.
Cripto no mercado tradicional
- Epic Games, desenvolvedora do Fortnite, arrecadou US$ 2b de dólares em uma rodada de investimentos, os fundos serão utilizados para a construção do metaverso da empresa.
- Coinbase começou sua operação na Índia, país com mais de 1,35b de habitantes, com um alto potencial de penetração.
- Michael Saylor, comprou, por meio da MicroStrategy cerca de US$ 191m em bitcoin.
- FTX US está investindo na IEX, uma bolsa de valores nacional dos EUA, com o intuito de aproximação do mercado tradicional.
Avanços na Lightning Network
Na semana do dia 06/04, ocorreu a conferência sobre o Bitcoin em Miami, nos Estados Unidos. Nela, aconteceram diversos anúncios, como as empresas Robinhood e Bitpay oferecendo suporte ao protocolo lightning network.
Esse protocolo tem o propósito de melhoras na escalabilidade do Bitcoin, funcionando como uma segunda camada, onde as transações ocorrem de maneira mais rápida, com diminuição do custo e do gasto energético. É estimado que a rede do Bitcoin realiza sete transações por segundo. Na lightning, existe a possibilidade da capacidade chegar a até um milhão de transações por segundo.
Outro acontecimento importante a ser destacado é o anúncio, por parte da Lightning Labs, empresa desenvolvedora do protocolo da Lightning Network, que a rede capacitará transações através de stablecoins.
O desenvolvimento dessa rede pode proporcionar um melhor ambiente para as pessoas e empresas transacionarem o Bitcoin. Com o aprimoramento da rede é provável que a adoção do Bitcoin aumente, potencialmente impactando positivamente a cotação da moeda.
Número de Transações
O volume de transações está em cerca de 225k diárias. O patamar é similar a 2019, momento em que o mercado estava em tendência de baixa. Entretanto, mesmo próximo ao patamar de 2019, o volume de transações segue se recuperando em relação às mínimas vividas em jul/21.
Esse número de transações ainda possui um grande espaço para o crescimento no longo prazo, alavancado pelo maior uso da criptomoeda no meio tradicional, por empresas e por pessoas físicas. A cotação deverá acompanhar a maior adoção e mais casos de uso para o Bitcoin.