A Polygon, que durante muito tempo reinou como a principal central de soluções de escalabilidade da Ethereum, está atualmente passando por uma série de mudanças significativas em um mercado cada vez mais competitivo. Enquanto a Polygon já foi a escolha óbvia para solucionar os problemas de congestionamento na Ethereum, o cenário hoje é muito diferente, com soluções concorrentes como a Optimism e a Arbitrum oferecendo ferramentas avançadas e ganhando a adoção de grandes players no setor.
Embora a Polygon ainda possua uma equipe qualificada e uma grande estrutura, a história recente apresenta alguns sinais negativos, como a saída consecutiva de 2 dos fundadores e do CEO recém-contratado. A Polygon está em uma situação complicada, pois já possui grande parte de seus tokens em circulação, impossibilitando novas injeções de liquidez através de campanhas de incetivo. Acreditamos que a falta de incentivos seja justamente o motivo do anúncio da mudança do token MATIC para POL, que agora prevê uma pequena inflação em sua tokenomia.
A Polygon está apostando suas fichas na tecnologia de conhecimento zero (zk) como parte de sua estratégia de escalabilidade. Embora a tecnologia zk tenha um grande potencial, ela ainda enfrenta desafios significativos para ser implementada de maneira ideal. Enquanto a Polygon avança com essa abordagem, a concorrência adota diferentes tecnologias, muitas delas de implementação mais fácil, e possui dinheiro em caixa para atrair a atenção dos usuários via campanhas de incentivo.
Embora acreditemos que a Polygon terá um desempenho positivo neste ciclo de mercado, não acreditamos que ela supere a performance de seus concorrentes. A Polygon já possui uma capitalização de mercado considerável, o que significa um maior potencial de retorno para as concorrentes, como a Optimism e a Arbitrum. Elas têm menos da metade e de um terço do valor da Polygon, respectivamente, fazendo com que o custo de oportunidade para investir em Polygon seja muito alto.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
Os ETFs de Bitcoin estão demonstrando uma capacidade notável de absorver a demanda vendedora do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), que por sua vez, vem reduzindo o fluxo vendedor. Apesar do GBTC continuar experimentando saídas de capital, que agora totalizam cerca de US$ 200 milhões ao dia, o volume de saída diminuiu significativamente em relação aos níveis anteriores. Desde a conversão do GBTC para um ETF, mais de US$5 bilhões já deixaram o fundo. Por outro lado, os ETFs de Bitcoin, em particular o iShares Bitcoin Trust (iBIT) da BlackRock, têm visto entradas substanciais, mantendo hoje mais de 52 mil BTCs, avaliados em mais de US$2 bilhões. Essa capacidade dos ETFs de absorver as saídas do GBTC sugere uma crescente demanda por exposição ao Bitcoin por meio de produtos regulamentados e nos faz crer que, quando esgotada a pressão vendedora do GBTC, o Bitcoin terá caminho livre para testar novas máximas.
Análise de Mercado
Na última semana ocorreu a primeira reunião do FOMC do ano, na qual o Federal Reserve sinalizou ter pouca preocupação com a força atual da economia. O Presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que a queda da inflação ocorreu sem prejudicar a economia ou aumentar significativamente o desemprego, e não há motivo para interromper esse processo. O principal foco do Fed está em verificar se a queda da inflação é sustentável. Powell afirmou que os próximos dados de inflação influenciarão a velocidade dos cortes nas taxas de juros, sugerindo que números de inflação fortes podem exigir cortes mais lentos, enquanto números moderados de inflação podem indicar a necessidade de cortes mais rápidos. Quanto ao corte das taxas de juros na reunião de março, Powell expressou ceticismo e afirmou que é improvável que o comitê do Fed tenha confiança suficiente para tomar essa decisão nesse momento, embora não tenha descartado completamente essa possibilidade. Portanto, a perspectiva de um corte nas taxas em março não é considerada a mais provável, o que pode prejudicar o desempenho de ativos de risco no curto prazo.
Análise Técnica
Após um teste na resistência na faixa dos US$ 44k, o Bitcoin perdeu momentum e a pressão compradora diminuiu, abrindo espaço para uma nova queda de preços. O alvo inicial dessa baixa está agora na média móvel de 100 dias, que se encontra na região de US$ 40k. Caso não tenhamos nenhuma mudança drástica no cenário macroeconômico, acreditamos que a média móvel de 100 dias marcará fundo local, fornecendo liquidez para que o Bitcoin tente superar novamente a barreira dos US$ 44k nas próximas semanas.
