Restaking, uma funcionalidade que vem sendo desenvolvida primariamente pela Eigen Layer, tem despertado interesse na comunidade cripto. O restaking promete permitir o uso dos Etheres em staking na rede Ethereum em outras redes, possibilitando que o mesmo ether utilizado como garantia na validação da Ethereum seja utilizado como garantia em outras redes. No entanto, essa funcionalidade não está isenta de riscos.
O principal risco associado ao restaking é o slashing, que ocorre quando os Etheres em garantia são perdidos devido ao descumprimento de algum requisito por parte do validador. Esse risco é inerente ao staking e já existe na rede Ethereum. No entanto, a discussão sobre o restaking tem levantado preocupações adicionais.
De acordo com Vitalik, cofundador da Ethereum, o risco do restaking não é matemático, mas sim social. Isso significa que, se uma rede com uma quantidade significativa de Etheres em garantia sofrer um slashing em massa, é possível que a comunidade se divida, surgindo pedidos para reverter o histórico da rede e potencialmente gerando um fork. Um fork ocorre quando a rede se divide em duas, geralmente devido a uma discordância entre os validadores.
Além disso, se muitos dos Etheres sujeitos a validação estiverem em uma mesma rede que permita um evento de slashing em massa, isso poderia resultar em uma queda considerável no volume de validação na Ethereum, prejudicando a segurança da rede como um todo.
Portanto, é importante considerar os potenciais riscos do restaking para a Ethereum. Embora seja atraente maximizar os retornos do capital, há preocupações legítimas sobre os riscos sistêmicos que essa funcionalidade pode gerar. Especialmente em um mercado altista, no qual é comum ver redes menos seguras sendo adotadas devido aos incentivos agressivos. Se isso ocorrer com o restaking, poderíamos enfrentar desafios significativos.
No momento, o restaking ainda não é uma realidade concreta, e as consequências negativas dessa funcionalidade não são um risco imediato. No entanto, é importante acompanhar de perto os próximos desenvolvimentos e avaliar cuidadosamente os impactos potenciais do restaking na segurança e estabilidade da rede Ethereum, visto que é um setor que tem se posicionado como um dos favoritos para o próximo ciclo cripto.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
Esta semana, a maior gestora de ativos do mundo, Blackrock, apresentou à SEC um pedido de ETF de Bitcoin à vista. O ótimo histórico da Blackrock, com 575 de 576 pedidos de ETF aprovados pela SEC, aumenta a probabilidade de um resultado positivo, embora ainda estejamos em um ambiente de grande aperto regulatório por parte da SEC.
O impacto potencial da aprovação de um ETF da Blackrock é destacado pela própria experiência da empresa com seu ETF de ouro, que recebeu aprovação em 2004 e posteriormente catalisou um crescimento notável nessa classe de ativos. A Blackrock efetivamente promoveu a narrativa de que o ouro merecia um papel mais proeminente em carteiras diversificadas, e estamos vendo dinâmicas semelhantes com o Bitcoin e sua narrativa como reserva de valor se formando agora. Se receber aprovação, isso pode validar o Bitcoin de maneira semelhante.
A escolha da Coinbase como custodiante é um bom presságio para a exchange e foi bem recebida pelo mercado com um aumento de 5% no preço das ações da Coinbase na sexta-feira. O GBTC, ETF de futuros de bitcoin da Grayscale, também disparou mais de 15% desde a notícia, alimentado também pelos rumores de que a Fidelity deve fazer uma oferta pela empresa em breve.
Análise de Mercado
Embora o bitcoin tenha passado por grandes vendas nos últimos dois meses, esta semana marcou a primeira pausa nos aumentos das taxas de juros desde o primeiro aumento realizado pelo Fed em março de 2022. Após 10 aumentos consecutivos, o comitê responsável pela definição das taxas de juros do Fed votou para manter sua taxa de empréstimo de referência entre 5,0% e 5,25%. Manter as taxas de juros estáveis dá tempo aos formuladores de políticas do FOMC para “avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”, disse o Fed, não descartando a possibilidade de novos aumentos ainda esse ano.
Uma mudança de sentimento é evidente no mercado de ações, com a Nasdaq experimentando um aumento de 18% nos mesmos 2 meses. Objetivamente, os preços das criptomoedas têm sido pressionados para baixo, principalmente pelo aumento do escrutínio regulatório, e ainda não acompanharam o desempenho das ações.
Análise Técnica
O preço do Bitcoin desenvolveu um canal descendente desde que foi rejeitado na região de US$ 31k e começou perder força compradora. No entanto, após as pernas de correção, o preço atingiu um suporte psicológico significativo em US$ 25k, juntamente com a linha de tendência inferior do canal. Um movimento de queda mais abrupto pode acontecer caso o preço caia abaixo dessa região, pois a pressão de venda pode aumentar substancialmente. No entanto, deve-se notar que a média móvel de 200 dias, um importante suporte para o preço, está atualmente situada abaixo do limite inferior do canal, aproximadamente em US$ 23,9k, e pode impedir uma queda adicional do bitcoin.
Atualmente, o preço está em tendência de testar o topo do canal, situado em US$ 27k. Se o rompimento for bem-sucedido, o rali de alta se torna novamente uma possibilidade. Caso concretizado, o próximo alvo do Bitcoin será a região de resistência de US$ 30k.
ECI (Expresso Cripto Index)
Nesta semana, o ECI e seu benchmark, o NCI, alcançaram 9,7% e 22,3% de performance acumulada, respectivamente. O pedido de um ETF de bitcoin à vista pela Blackrock e rumores de outro ETF semelhante pela FIdelity, alimentaram ainda mais a narrativa do bitcoin estando livre do aperto regulatório. Com o atual cenário, o ECI deverá se manter com uma pior performance que o NCI, visto que possui uma alocação relevantemente maior em bitcoin.
Dentre os ativos que compõem o ECI, nenhum ativo teve uma variação de participação superior a 1%. A atual composição do índice pode ser observada na tabela abaixo. Vale ressaltar que esse é um índice passivo, composto pelos 10 protocolos que mais geraram taxas de rede nos últimos 30 dias, com rebalanceamento na primeira terça-feira de cada mês.