A pesquisa Focus divulgada ontem mostrou um pequeno movimento de deterioração das expectativas para a inflação em 2024 e 2025 e a manutenção das expectativas em 2026 e 2027. A expectativa para a inflação em 2025 passou de 3,72 para 3,76% e a de 2026 foi de 3,64% para 3,66%. Para 2026 e 2027 a expectativas se mantiveram em 3,50% ao ano.
As expectativas estão acima das respectivas metas e em elevação. Esta desancoragem das expectativas inflacionárias é o primeiro efeito da decisão dividida do Copom em 5 a 4 na reunião da última quarta feira.
Como os quatro votos a favor de uma queda de 0,5 p.p. foram dados por membros indicados pelo atual governo, a desancoragem das expectativas reflete a perda de credibilidade da próxima diretoria do Banco Central do Brasil, a partir da saída de Roberto Campos Neto da presidência da instituição.
A Ata da reunião divulgada hoje deve dar mais informações sobre as razões do dissenso e poderá ser um fator importante no sentido de reancorar as expectativas ou desancorá-las mais fortemente.
Além disso, as próximas decisões do Comitê serão olhadas e analisadas com bastante cuidado pelos investidores e serão fundamentais para direcionar as expectativas para a inflação e a credibilidade do “novo” Banco Central do Brasil.