A prévia da taxa de inflação da economia brasileira, o IPCA-15, mostrou variação de 0,33% no mês de novembro. As expectativas dos analistas apontavam para uma variação de 0,30% nos preços. Em doze meses, o IPCA-15 foi 4,84%, desacelerando em relação ao mês de outubro quando atingiu 5,05% ao ano e atingindo nível próximo ao limite do intervalo de metas, cujo limite superior é 4,75%.
A composição do índice teve aspectos negativos e positivos. Os negativos foram a aceleração da difusão dos aumentos de preços, que passou de 47,15% em outubro para 54,77% em novembro, além de uma pequena aceleração das taxas de inflação de serviços, serviços subjacentes, preços livres e da média dos núcleos de inflação.
Do lado positivo, a média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada, que é um bom indicador da taxa de inflação na ponta, continuou em trajetória de queda, se aproximando da meta de 3,25% ao ano.
Os dados de inflação no Brasil mostram a importância da autonomia do Banco Central para o sucesso da política monetária e o controle da taxa de inflação. Após um primeiro semestre difícil, com ameaças persistentes de intervenção do Executivo nas decisões de política monetária e declarações duras do Presidente da República e de outros membros do governo contra a diretoria da instituição, a autonomia do BCB permitiu ao Copom manter a taxa básica de juros em níveis elevados (13,75% ao ano) até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração, no mês de abril.
Com a inflação em queda foi possível ao Copom iniciar, de forma segura, o processo de queda da SELIC em agosto de 2023, com reduções de 0,5 pontos percentuais em cada reunião desde então, trajetória que deverá persistir pelo menos nas próximas três reuniões do Copom.