A reação do Partido dos Trabalhadores ao pacote de contenção de gastos públicos, à reação dos investidores e ao resultado da pesquisa Genial/Quaest divulgados na semana passada, deve ser um fator adicional de incerteza e de perda de credibilidade da equipe econômica nas próximas semanas.
Em reunião ontem, o PT se manifestou contrariamente a algumas das medidas mais importantes do pacote, como a mudança na política de valorização do salário mínimo, o endurecimento dos critérios de acesso ao Benefício da Prestação Continuada (BPC), entre outras propostas. Segundo os dirigentes da instituição, o Partido não irá aprovar estas medidas.
As afirmações dos dirigentes do partido de que o “mercado financeiro não gosta do Presidente Lula mas o povo gosta” e que, por esta razão, está sabotando o governo, mostra que ou não conseguem entender como funciona os mercados, em geral, ou estão fazendo populismo.
Como a reação fortemente negativa da maior parte dos investidores se deve exatamente ao fato de que as medidas foram consideradas muito fracas e, desta forma, incapazes de estabilizar a dívida pública, a ameaça de não aprovação e a ideia de que o “mercado” é contra o governo, deverá piorar ainda mais o cenário. Os preços dos ativos financeiros devem reagir em baixa.