Economia

Publicado em 15 de Maio às 18:01:50

Acabou saindo melhor do que a encomenda para os EUA, pelo menos até agora...

Os primeiros dados de atividade, mercado de trabalho e inflação que já contemplam o período após o “Liberation Day” no dia 2 de abril (data do anúncio da imposição de tarifas de importação recíprocas por parte dos Estados Unidos) indicam um cenário bem melhor do que as projeções mais desoladoras apontavam.

As vendas no varejo registraram variação de 0,1% m/m em abril, alcançando o valor de US$ 724,1 bilhões e superando as expectativas de estabilidade (0,0% m/m, Bloomberg). Na métrica em 12 meses, as vendas totais do varejo registraram alta de 5,2% a/a. A revisão do mês anterior adicionou 0,3 p.p. ao crescimento de março, que saiu de 1,4% m/m para 1,7% m/m.

A produção industrial, por sua vez, se manteve estável (0,0% m/m) em abril, ficando marginalmente aquém das expectativas (0,1% m/m, Bloomberg). Diferentemente das vendas no varejo, o número de março não sofreu revisão, com a queda de 0,3% m/m na produção manufatureira sendo mantida. Já o nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) recuou meros 0,1 p.p., de 77,8% em março para 77,7% em abril.

Em relação ao mercado de trabalho, confirmando os dados fortes dos dois últimos payrolls (criação de vagas em setores não-agrícolas), os pedidos de auxílio desemprego repetiram o número da semana anterior (229 mil), contrariando as expectativas de alta para 230 mil.

Na seara de inflação, na esteira de números mais favoráveis no curto prazo vindos de diversas métricas, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) acabou surpreendendo positivamente no mês de abril. O PPI cheio e o núcleo (que exclui energia e alimentos) registraram variação de -0,5% m/m e -0,4% m/m, ante estimativas de 0,2% m/m e 0,3% m/m respectivamente. No acumulado em 12 meses a surpresa foi menor, de apenas -0,1 p.p. (2,4% a/a vs. 2,5% a/a) no índice cheio e nula no caso do núcleo, que veio em linha com o esperado (3,1% a/a).

Quando olhados em conjunto, esses dados mostram que a economia dos EUA está conseguindo navegar relativamente bem esse cenário de incerteza recorde causado pela guerra comercial. Corrobora para isso o fato de a situação financeira das famílias americanas estar bem saudável, o que dá alguma margem de sustentação para o consumo mesmo diante de possíveis aumentos de preços em decorrência das tarifas.

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