À medida que se aproxima a data de divulgação do Relatório de Receitas e Despesas do governo federal, na segunda feira dia 22 de julho, aumenta a preocupação dos investidores com o tamanho do contingenciamento e corte de gastos que será anunciado para atingir a meta de equilíbrio fiscal em 2024.
A expectativa dos investidores é de um corte/contingenciamento próximo a R$ 12 bilhões, quando o consenso é que seria necessário algo próximo a R$ 25 bilhões para atingir a meta de déficit zero. Segundo a IFI ( Instituição Fiscal Independente do Senado) para atingir déficit zero seria necessário um corte de gastos de R$ 57,7 bilhões.
Diante desse cenário, os investidores voltaram a buscar refúgio em ativos externos em detrimento dos internos. O resultado é o forte aumento das taxas de juros dos títulos brasileiros, queda dos preços das ações e desvalorização cambial, com o Dólar tendo voltado a níveis próximos a R$ 5,60 ontem. Em suma, a calmaria durou pouco.
A reação do mercado tem um componente positivo, na medida em que pode convencer o Presidente Lula e a equipe econômica a adotar um corte maior de gastos para evitar a continuidade da deterioração dos preços dos ativos, principalmente da desvalorização cambial, o que fatalmente irá levar a taxa de inflação a furar o limite superior do intervalo de metas já em 2024. Aumentando a probabilidade de que Banco Central volte a aumentar a taxa SELIC neste ano.
Entretanto as últimas declarações do Presidente Lula, de que não tem obrigação de cumprir a meta de superávit fiscal caso tenha algo mais importante para cuidar e do Ministro Fernando Haddad de que o “mercado não se preocupado com o povo”, sinaliza na direção contrária e torna o ambiente ainda mais incerto e negativo. A pergunta que paira no ar: afinal, para onde vai o Dólar?