No dia de hoje, foi divulgado pelo IBGE o IPCA referente ao mês de outubro, que registrou avanço de 0,09% m/m, abaixo tanto da nossa projeção (0,17%) quanto da mediana de mercado de 0,14% m/m. Com isso, a inflação acumula 4,68% em 12 meses, apenas 0,18 pontos percentuais abaixo do teto da meta de inflação.

Embora o resultado quantitativo seja benigno, o qualitativo traz pontos de atenção, especialmente na composição dos serviços, que mostrou deterioração em relação ao esperado. Em contrapartida, alimentação e bens industriais, grupos mais sensíveis ao câmbio, vieram com variações bem abaixo das projeções, indicando repasse cambial limitado e/ou demanda mais moderada.

Além do IPCA, foi divulgada a ata do Copom referente a reunião que ocorreu na quarta-feira da última semana. Em nossa avaliação a ata confirma o que tinha sido previamente comunicado, e permanece sinalizando o compromisso do BC em buscar a convergência da inflação à meta e ancoragem de suas expectativas. Parte da percepção de cautela veio da incorporação dos efeitos do IR sobre as projeções da autoridade monetária e corrobora a expectativa de que o corte de juros deve se iniciar apenas na segunda reunião de 2026.

Para os investidores, tanto a ata do Copom quanto o IPCA abaixo das expectativas contribuíram para um cenário de alívio, refletindo positivamente sobre os ativos domésticos. O dólar recuou para R$ 5,27, enquanto o Ibovespa registrou seu 12º recorde consecutivo, a sequência mais longa de altas desde 14 de janeiro de 1994, período marcado pelo otimismo em torno do sucesso do Plano Real. No pregão desta segunda-feira (11/11), o índice encerrou o dia em 157.749 pontos. Embora, em nossa leitura, o Banco Central tenha mantido o mesmo tom cauteloso e até mais “hawkish” em sua comunicação, boa parte do mercado interpretou a ata como ligeiramente mais “dovish”. Mesmo assim, a sensação de que os cortes de juros podem não estar tão distantes reacendeu o otimismo e o apetite por risco entre os investidores locais.