Os dados do setor externo referentes a abril divulgados nessa segunda-feira (26/05) apontaram para uma tendência menos preocupante do que a dos últimos meses.
Apesar do mês de abril ter sido o do anúncio da imposição de tarifas de importação recíprocas por parte dos Estados Unidos, tanto as exportações como as importações brasileiras se recuperaram no mês. As primeiras ganharam tração por conta da safra recorde de grãos desse início de ano, enquanto as segundas foram favorecidas pela resiliência acima do esperado da atividade econômica.
Além dos déficits em transações correntes terem voltado a ser cobertos pelo investimento direto no país (IDP) tanto na métrica mensal (US$ -1,3 bilhão vs. US$ 5,5 bilhões) como anual (US$ -68,5 bilhões vs. US$ 69,8 bilhões), a melhora no saldo da balança de serviços (US$ -4,2 bilhões; -2,3% a/a) e de renda primária (US$ -5,0 bilhões; -9,9% a/a) contribuiu para tirar pressão da conta corrente.
Por ser uma melhora ainda incipiente, o Brasil não deve contar com o IDP como uma fonte segura de recursos para fazer frente aos déficits em transações correntes devido a volatilidade que a elevada incerteza externa ainda pode causar nos fluxos de capitais. Caso eventualmente o déficit em transações correntes volte a superar o IDP, isso seria mais um fator, além da questão fiscal, a pressionar a taxa de câmbio.