Economia

Publicado em 27 de Maio às 08:10:55

Ao sabor das condições climáticas

A deterioração do cenário da economia brasileira continua. Após a perda de credibilidade do Arcabouço Fiscal com o afrouxamento das metas de superávit primário, a decisão da última reunião do Copom e a divisão entre os membros do Comitê, gerou um movimento de desancoragem das expectativas para a inflação que deverá forçar o Banco Central a adotar uma política monetária ainda mais contracionista para tentar recuperar a credibilidade.

Ao mesmo tempo, o Ministro Fernando Haddad, em declarações da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na semana passada, mostrou desconforto com a meta para a inflação de 3,0% ao ano, ao afirmar que a meta é “exigentíssima para as condições do Brasil” e indicou estranhesa, na medida em que, segundo ele, apesar dos dados da economia brasileira estarem mostrando um desempenho positivo, os ativos brasileiros continuam tendo um desempenho negativo. Nas palavras do Ministro, “o que está acontecendo? A impressão que dá é que há um fantasminha – sabe? – fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando o nosso plano de desenvolvimento .” Em outras palavras, alguém esta jogando contra.

A questão é que este “fantasminha” tem nome e endereço: credibilidade. Com o afrouxamento das metas de superavit primário, foi-se a credibilidade da âncora fiscal. Com o resultado da última reunião do Copom, a credibilidade da âncora monetária foi abalada. A declarção do Ministro de que a meta é “exigentíssima” trouxe de volta para o imáginário dos investidores a possibilidade de que,  quando o regime de metas contínua for oficializado, ela venha a ser aumentada. O que coloca em xeque a âncora monetária.

Sem âncora fiscal e sem âncora monetária, a economia fica ao sabor das condições climáticas que têm sido bastante adversas.

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