Economia

Publicado em 22 de Maio às 17:28:04

Ata do Fed contribui para deixar o corte de juros ainda mais distante

Apesar de defasada, por fazer referência a reunião de maio que foi anterior a divulgação dos dados mais benéficos de inflação e emprego de abril, a Ata do Fed (banco central norte-americano) ecoou muitos dos comentários presentes nas falas dos diretores do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) desta semana. Essa manutenção de um tom mais “hawkish” mesmo após a divulgação de dados mais favoráveis relativos a abril mostra que para alguns membros, diferentemente do início do ano, agora são necessários muito mais dados promissores para que eles sejam convencidos que a inflação esteja, de fato, entrando numa trajetória sustentada de convergência para a meta de 2,0%.

Contudo, não obstante as surpresas negativas com a dinâmica dos preços no primeiro trimestre desse ano, os dirigentes ainda veem a política monetária bem posicionada para endereçar os desafios do cenário atual, visto que as expectativas de inflação dos agentes de mercado continuam ancoradas e a confiança de que a inflação irá retornar para 2,0% no médio prazo permanece.

O trecho de maior destaque da Ata foi o que mencionou a possibilidade de novos aumentos de juros. Vários diretores se mostraram dispostos a tal caso os dados venham a demandar isso. Além disso, o grau de aperto da política monetária norte americana também foi posto em xeque, levantando dúvidas sobre a taxa neutra de juros real, que pode ter se elevado em decorrência das mudanças estruturais e conjunturais dos últimos anos.

Após a divulgação da Ata, o mercado reduziu a chance de o início do ciclo de corte de juros ocorrer na reunião de setembro, passando a atribuir igual probabilidade entre um afrouxamento monetário acumulado de 25 e um 50 pontos base este ano. Já a chance de não haver nenhum corte de juros nos Estados Unidos em 2024 se elevou a marginalmente.

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