O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, divulgou ontem a Ata da última reunião do Federal Open Market Comite (Fomc), que é o comitê responsável pela determinação da taxa básica de juros da economia americana. Como tem acontecido nas últimas comunicações do Fed, o teor da Ata foi relativamente dúbio no que se refere aos próximos passos da política monetária do país.
De um lado, os Diretores concordaram que existe um elevado grau de incerteza sobre o efeito defasado da política monetária, que novos aumentos de juros colocaria a taxa em um nível mais restritivo do que o atual e dois diretores do Fomc indicaram que gostariam de manter as taxas de juros constantes. Ao mesmo tempo, alguns membros do comitê se mostraram preocupados com a necessidade de equilibrar um aperto excessivo não desejado da política monetária e um aperto insuficiente e indicaram que os próximos dados deverão ajudar a esclarecer a profundidade do processo de desinflação.
Por outro lado, os diretores concordaram que embora a taxa de inflação nos Estados Unidos tenha mostrado queda significativa, continua bem acima da meta para a inflação de 2,0% ao ano, que é indispensável que os juros fiquem em patamar restritivo para que a inflação volte para a meta e a maior parte dos diretores continua vendo risco de alta significativa da inflação, o que poderia demandar mais aumentos da taxa de juros. Finalmente, os diretores concordam que o mercado de trabalho continua resiliente e que os salários continuam aumentando em ritmo inconsistente com a meta.
Diante da indefinição e da ausência de surpresas, os mercados reagiram com volatilidade, com comportamento misto: a Bovespa teve a décima segunda queda consecutiva, os juros fecharam em alta e a taxa de câmbio ficou estável.