O Banco central do Brasil divulgou ontem a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do dia 02 de agosto de 2023. Nesta reunião, o Copom iniciou o processo de queda da taxa SELIC em 0,5 pontos de porcentagem, com placar dividido em 5 votos a favor de 0,5 p.p. e quatro votos por 0,25 p.p. O voto de desempate foi dado pelo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Como a decisão foi mais expansionista que pelo menos metade dos investidores estavam esperando, a Ata, assim como o comunicado que se seguiu à reunião, se dedicaram, em grande parte, a convencer os investidores de que o Banco Central irá “manter a política monetária contracionista no horizonte relevante”. Com este objetivo, não apenas repetiu que houve unanimidade da parte dos membros do Copom de que os próximos passos serão de mesma magnitude, ou seja, queda de 0,5 p.p. e que somente se houverem “surpresas positivas substanciais” poderia acelerar o processo de queda.
Dois aspectos chamaram a atenção na Ata. Primeiro, no parágrafo 22, foi excluída a “politica monetária”, como parte do “horizonte relevante”. Como cada palavra da Ata tem seu significado, fica a dúvida se a retirada foi intencional ou não e como interpretar esta decisão.
Segundo, a Ata deixa claro que houve consenso de que, qualquer que fosse a decisão, “um cenário com expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial, núcleos de inflação ainda acima da meta, inflação de serviços acima do patamar compatível com a meta e atividade econômica resiliente requer uma postura mais conservadora ao longo do ciclo de flexibilização da política monetária. Apesar destas considerações, o Copom decidiu iniciar o processo de queda com uma postura mais expansionista.
A pergunta que continuou sem resposta, apesar do esforço da Ata, é quais as condições necessárias para acelerar o processo de queda da SELIC nas próximas reuniões do Copom.