A taxa de inflação na economia brasileira no mês de fevereiro, conforme medida pelo IPCA, atingiu 0,83%, acima das expectativas dos investidores que apontavam para uma taxa de 0,78% e acelerando em relação à inflação de janeiro, 0,42%. Apesar de acima das expectativas, a composição do índice mostrou sinais relativamente positivos.
Em especial a taxa de inflação de serviços subjacentes, um grupo especialmente sensível à política monetária e que tem sido uma das principais preocupações do banco central nos últimos meses, apresentou desaceleração significativa, saindo de 0,76% em janeiro para 0,49% em fevereiro. Além da desaceleração da inflação de serviços subjacentes, o índice de difusão dos aumentos de preços passou de 65,25% para 57,03%.
Ainda assim, o cenário continua exigindo algum nível de contracionismo na política monetária para que a inflação convirja para a meta de 3,0% ao ano. A taxa de inflação dos serviços acelerou de 0,02% em janeiro para 1,0% em fevereiro, a média dos núcleos subiu de 0,42% para 0,49% e a taxa de inflação dos preços livres acelerou de 0,50% para 0,81%.
Finalmente, na margem, ou seja, a média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada do IPCA tem mostrado aceleração desde novembro de 2023, saindo de 3,5% para 6,5% ao ano. Como vimos ontem sobre a inflação nos Estados Unidos, também no Brasil a última milha vai ser mais difícil de trilhar.