O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de dezembro veio acima do esperado, apontando para uma recuperação da atividade na virada do ano. A alta foi de 0,82% m/m na série com ajuste sazonal e de 1,36% a/a na série sem ajuste.
Em vista do número de dezembro e das revisões altistas dos meses anteriores, revisamos a nossa estimativa do PIB do 4º trimestre de 2023 de contração (-0,2% t/t) para estabilidade (0,0% t/t) e colocamos viés de alta na nossa projeção para 2024, onde agora devemos ter uma expansão mais próxima dos 2,0%.
Os dados de dezembro continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho, mesmo com o Caged tendo vindo pior do que as expectativas de mercado num mês que historicamente é de destruição de vagas de trabalho por conta da sazonalidade adversa. No período, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. O setor de serviços e o industrial se destacaram mais, enquanto o varejo sofreu com a base de comparação elevada de novembro por conta da ocorrência da Black Friday.
Para 2024, avaliamos que a expressiva expansão das políticas de impulso à demanda, aliadas a resiliência do mercado de trabalho, devem contribuir para que o consumo seja o principal “driver” de crescimento do ano, de modo que a desaceleração projetada para o mercado de trabalho ocorra de maneira lenta, apesar da manutenção da política monetária em território contracionista.
De maneira geral, o IBC-Br mostrou um fortalecimento da economia brasileira no final de 2023, com alguns indicativos de que o ciclo de corte de juros empreendido pelo Banco Central desde agosto de 2023 já possa estar impactando alguns setores, sugerindo que a defasagem da política monetária pode ser menor do que o esperado em setores como o da indústria.