Economia

Publicado em 16 de Setembro às 08:29:31

Atividade Econômica Mostra Nova Queda em Julho e Reforça Cenário de Desaceleração

O IBC-Br, índice de atividade do Banco Central, recuou 0,5% em julho frente ao mês anterior, marcando o terceiro resultado negativo seguido após ter alcançado o maior nível da série histórica. A queda foi mais intensa que a esperada pelo mercado (-0,3% m/m), mas levemente melhor que nossa projeção (-0,6% m/m). O movimento mostra disseminação de perdas entre os setores, reforçando a visão de que juros altos, inflação resistente e maior incerteza seguem pesando sobre a atividade econômica. Na comparação interanual, houve avanço de 1,1%, aquém do consenso de mercado e de nossas estimativas.

Os dados divulgados estão alinhados aos indicadores do IBGE para indústria, serviços e varejo, que já vinham apontando para a continuidade da desaceleração iniciada no 2º trimestre de 2025. Após um 1º trimestre mais forte, sustentado pela agropecuária e estímulos de demanda, a tendência agora é de arrefecimento gradual. Ainda assim, a resiliência do mercado de trabalho e a política fiscal expansionista devem continuar dando suporte ao consumo, amortecendo parte da desaceleração cíclica.

Em termos setoriais, a indústria foi o destaque negativo, com recuo de 1,1% m/m e sequência de três quedas seguidas. A agropecuária caiu 0,8% e acumula forte retração desde fevereiro, revertendo parte do impulso de 2024. Os serviços recuaram 0,2%, mantendo estabilidade relativa, mas com sinais de perda de dinamismo. O IBC-Br ex-agro recuou 0,4% m/m, levando a média móvel trimestral a -0,3% e sinalizando continuidade da tendência de desaceleração no 3º trimestre.

O quadro atual também fortalece a estratégia do Banco Central de manter a Selic em 15,0% até o fim de 2025, com flexibilização apenas no início de 2026. Apesar disso, o resultado de julho impõe viés de baixa à projeção de crescimento de 0,5% t/t para o PIB do 3º trimestre. Revisões nos meses anteriores, que alteraram o carregamento estatístico, reforçam a leitura de uma economia em perda de fôlego.

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