Economia

Publicado em 11 de Dezembro às 20:14:50

Banco Central brasileiro surpreende e eleva a taxa Selic em 100 pontos base

O banco central brasileiro surpreendeu o mercado ao elevar a taxa de juros em 100 pontos base, com o comunicado que se seguiu a reunião do Copom vindo num teor consideravelmente mais “hawkish” do que o esperado mesmo com os analistas aguardando um posicionamento bem mais duro por parte da autoridade monetária em decorrência da deterioração recente do cenário em vista da má aceitação do pacote fiscal anunciado pelo governo.

No tocante ao comunicado em si, as mudanças mais relevantes em relação ao documento da reunião de novembro foram a maior ênfase dada a questão fiscal como a grande responsável pela desancoragem das expectativas, uma maior abertura do hiato do produto, que agora se encontra em terreno ainda mais positivo, e o “guidance” dado pelo comitê ao se comprometer com mais duas altas de 100 pontos base nas reuniões de janeiro e março.

No que concerne a questão fiscal mais especificamente, avaliamos como positiva a mudança desse trecho do comunicado, sinalizando uma mudança de postura no que diz respeito a esse ponto, saindo de uma comunicação mais diplomática para uma mais crítica à condução da política fiscal por parte do Executivo. Nesse contexto, entendemos que esse trecho e o guidance dado para as próximas duas reuniões, somados, reforçam a independência do banco central.

Com isso, o Copom encomenda uma taxa Selic de, no mínimo, 14,25% ao ano. O banco central indicou que a atual política monetária se baseia numa estratégia de convergência da inflação para “o redor da meta”, de modo que enxergamos uma taxa de juros terminal ao final desse ciclo de alta de 14,50% a.a. Contudo, os nossos cálculos apontam que se o banco central quiser perseguir o centro da meta de inflação (3,0%), a taxa de juros teria que ser elevada a um patamar acima de 15,00% a.a.

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