Economia

Publicado em 07 de Março às 18:50:20

Banco Central Europeu (BCE) posterga discussão sobre cortes de juros

O Banco Central Europeu (BCE) manteve nessa quinta-feira (07/03) as suas três taxas de juros de referência (depósitos, refinanciamento e empréstimos) estáveis em 4,00%, 4,50% e 4,75%, respectivamente.

O BCE também revisou as suas expectativas de inflação e de crescimento do PIB para a Zona do Euro. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) foi revisado para baixo, em parte por conta dos preços de energia, para 2,3% em 2024, 2,0% em 2025 e 1,9% em 2026. Já o núcleo de inflação (que exclui energia e alimentos) foi revisto na mesma direção, sendo aguardado agora um avanço de 2,6%, 2,1% e 2,0% nos anos de 2024, 2025 e 2026, respectivamente. Em relação ao PIB, a autoridade monetária europeia está mais pessimista para o crescimento do bloco do que antes, prevendo um avanço da economia de 0,6% em 2024, 1,5% em 2025 e 1,6% em 2026.

Na entrevista coletiva ocorrida após a reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou que a continuidade do processo de desinflação e o movimento de recomposição dos salários irão gerar uma alta da renda real, o que, por sua vez, ajudará na recuperação da economia europeia. Além disso, foi reconhecido por parte do BCE a fraqueza da demanda interna e externa do bloco, assim como a perda de competitividade da Zona do Euro.

No tocante aos próximos passos da política monetária, foi reforçado que as decisões de juros do BCE não estarão umbilicalmente atreladas às ações do Fed (Banco Central norte-americano) e que os cortes de juros podem ocorrer antes da inflação alcançar a meta de 2,0%. No intuito de clarificar o diálogo com o mercado, foi comunicado que nessa reunião de março não foram discutidos cortes de juros, mas sim a possibilidade de afrouxamento monetário mais à frente nesse ano e como fazê-lo nos próximos meses.

Ao contrário do Banco Central brasileiro (BCB), que desde o início do ciclo de afrouxamento monetário em agosto de 2023 vem dando um “guidance” futuro acerca da magnitude do corte de juros, o BCE não pretende se comprometer no que diz respeito a ritmo, magnitude e taxa terminal de juros.

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