O Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra (BoE) optou por manter os juros estáveis em 5,25% ao ano pela quinta vez consecutiva, decisão que veio em linha com o consenso de mercado. Diferentemente da reunião de fevereiro, quando foram proferidos votos pela manutenção, queda e alta de juros, na reunião de março houve apenas uma dissidência entre os diretores, sugerindo a formação de um maior consenso entre os membros do Comitê. Dentre os nove membros que compõe o MPC, oito votaram pela estabilidade, com apenas um votando pelo início do corte de juros em 0,25 p.p.
No comunicado, o Banco Central inglês reconheceu que a política monetária restritiva está impactando negativamente tanto a atividade econômica como o mercado de trabalho do país. Nesse sentido, a manutenção da taxa de juros elevada no atual patamar de 5,25% será constantemente reavaliada a cada reunião, embora os diretores do BoE reconheçam a necessidade da sua permanência em território contracionista.
No tocante à inflação, assim como na reunião anterior, foi destacado o fato de que a inflação deve cair abaixo de 2,0% no segundo trimestre desse ano, mas que apesar disso ainda não deve se estabilizar por volta da meta no curto prazo, voltando a subir um pouco no segundo semestre, com o BoE necessitando, assim, acumular mais confiança de que a inflação vá, de fato, convergir para a meta de maneira sustentável e lá permanecer.
O presidente do BoE, Andrew Bailey, destacou que a inflação doméstica no Reino Unido ainda tem sofrido de pressões altistas e que riscos significativos, como o conflito no Oriente Médio, ainda pairam no radar. Apesar disso, ele ainda espera que a inflação de serviços apresente um movimento gradual de queda ao decorrer desse ano.