Economia

Publicado em 22 de Junho às 18:30:38

Banco da Inglaterra (BoE) surpreende e eleva juros em 50 pontos-base

Nessa quinta-feira (22/06) o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu aumentar o ritmo de alta de juros de 25 para 50 pontos-base na esteira de uma surpresa inflacionária em maio que atingiu tanto o índice cheio como o núcleo de inflação.

A decisão do Comitê de Política Monetária (MPC) mais uma vez não foi unânime, com 7 integrantes votando por elevar a taxa de juros para 5,00% e outros 2 optando por manter a taxa inalterada em 4,50%. Embora o Comitê espere que a inflação desacelere significativamente ainda em 2023, ele reconhece que isso não se dará inteiramente pela ação da política monetária, visto que as altas de juros só se farão sentir por completo na economia daqui a algum tempo.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) veio em 0,7% na métrica mensal, ante expectativas de 0,4%. No acumulado em doze meses o mesmo índice avançou 8,7% quando o esperado era 8,4%. Já o núcleo de inflação saiu de 6,8% a/a para 7,1% a/a na passagem de abril para maio, enquanto a expectativa era de arrefecimento para 6,7% a/a. Apesar disso, a economia britânica tem se saído melhor do que o esperado.

A alta de juros empreendida pelo Banco Central inglês também foi acompanhado pelo Banco Central da Suíça (SNB) e da Noruega (Norges Bank) na esteira de uma inflação mais resiliente na Europa. Os suíços elevaram a taxa de juros em 25 pontos-base, a 1,75%, enquanto os noruegueses promoveram aumento mais robusto de 50 pontos-base, o que levou a taxa para 3,75%. Esses movimentos se juntam aos realizados pelos Bancos Centrais do Canadá (BoC) e da Austrália (RBA), aos quais o comunicado do Banco Central brasileiro fez alusão para recomendar cautela na condução da política monetária sob um cenário global de desinflação mais lenta que a esperada.

Por fim, apesar da taxa de juros terminal no Reino Unido ter sido revisada para cima (para próxima de 6,0%), ela ainda assim pode chegar no final do ciclo num patamar insuficiente para deixar o juro real num patamar positivo (uma vez que o núcleo de inflação deverá permanecer acima de 5,0% até o final do ano), numa situação similar à que provavelmente ocorrerá na Zona do Euro. Por receio de desacelerar demais as economias do bloco, o que levaria a abertura dos “spreads” entre os títulos soberanos de vários países periféricos em relação aos papéis da Alemanha (benchmark), a autoridade monetária europeia não quer apertar demais a política monetária e correr o risco de repetir o ocorrido em 2011/12 durante a Crise da Dívida Europeia.

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