Os índices PMIs da economia americana divulgados ontem vieram um pouco melhor que o esperado pelos analistas. O PMI industrial atingiu 49,8 pontos e o ISM 49,0 pontos. Apesar de ainda abaixo do nível de 50,0 a partir do qual a indicação é de crescimento do nível de atividade, ambos vieram acima das expectativas dos investidores que apontavam para 48,0 e 47,8 pontos respectivamente. Ao mesmo tempo, a diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, indicou que, na opinião dela, a inflação nos Estados Unidos permanece muito alta e a economia muito resiliente o que indica ser apropriado que o Federal Reserve aumente ainda mais as taxas de juros e mantê-los em “nível restritivo por algum tempo” para levar a inflação para a meta.
Como os investidores continuam reagindo às declarações do Presidente do Federal Reserve pós reunião do FOMC e a indicação de 12 diretores do Comitê de que os Fed funds devem ser elevados pelo menos mais uma vez ainda este ano e mantidos neste nível por um longo período de tempo, a reação dos mercados financeiros foi bastante forte, mostrando uma elevada sensibilidade dos investidores em relação à evolução da política monetária nos Estados Unidos. Os juros longos dos títulos americanos atingiram níveis recordes em décadas, gerando forte valorização do Dólar frente a seus pares e às moedas dos países emergentes, e quedas dos preços das ações nos Estados Unidos, Europa e Brasil.
O Real mostrou forte desvalorização, voltando a nível próximo a R$ 5,07/US$ 1,00, o BOVESPA fechou próximo ao nível de 115 mil pontos e as taxas de juros futuras no Brasil chegaram a aumentar mais de 20 pontos, com o DI para janeiro de 2025 ultrapassando 11,020%, contra ajuste anterior de 10,829%, o DI 2027 atingiu 11,03%% (vindo de 10,80%)e o de 2029, 11,50% (de 11,294%) o aumento dos Fed funds reduz o espaço para a redução da SELIC no Brasil na medida em que reduz o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos.