O final de 2025 tem sido marcado por uma elevação da volatilidade observada tanto na bolsa de valores quanto na curva de juros, refletindo um cenário de maior incerteza doméstica. O principal ponto de incerteza gira em torno da corrida presidencial de 2026, sobretudo no que diz respeito à convergencia ou não da direita em torno de uma candidatura única.
O anúncio do Flávio Bolsonaro como candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a representá-lo nas eleições de 2026 foi responsável por boa parte da volatilidade observada nos principais ativos ao longo do mês de dezembro. Sob a avaliação por parte dos investidores de que a candidatura do filho do ex-presidente aumenta as chances de reeleição do presidente Lula, o Real se desvalorizou cerca de 5,0%, o Ibovespa recuou -3,9% e a curva de juros abriu mais de 70 bps em diversos vértices.
Apesar da sua indicação, o cenário eleitoral ainda se mostra bastante incerto. As principais dúvidas que restam são: será essa uma candidatura única ou teremos uma fragmentação da direita no primeiro turno? Em caso de fragmentação, o segundo candidato da direita será Tarcísio ou Ratinho Jr.? Se for o Tarcísio, será como traidor do bolsonarismo ou não?
Independentemente do cenário, as pesquisas mais recentes sugerem que, tudo mais constante, o candidato de direita que vai ao segundo turno é o filho do ex-presidente Bolsonaro, transformando o segundo turno, novamente, em uma disputa que fundamentalmente será decidida pela rejeição entre o PT e o Bolsonarismo.
Com o início do recesso parlamentar, a expectativa é que Flávio Bolsonaro faça pré-campanha presidencial ao longo do mês de janeiro visitando diversas cidades brasileiras. Esse fato deve contribuir para que a sua popularidade frente aos demais possíveis candidatos de direita seja elevada. Diante desse aumento de popularidade, teremos um Flávio Bolsonaro mais competitivo em segundo turno contra o presidente Lula? Ou teremos um número que possa desanimá-lo de concorrer à presidência? A certeza que temos é que o início de 2026 deve ser pelo menos tão volátil quanto o final de 2025.
